Já eram vinte e três horas e eu estava falando com Juliano sobre como todo ano as coisas são do mesmo jeito, mas continuo esperando que sejam diferentes.
— Acho que, de certo modo, eu tô sempre procurando algo, ou alguém que vai me salvar. Sempre imaginando esse evento mágico que vai transformar a minha existência.
— Você deve assistir a muitos filmes.
— Sim, e eu imagino muito também. Minha mente é boa nisso de contar histórias para mim mesmo. Mas por que diz isso? Você não acha que esses eventos mágicos transformadores de vida podem acontecer?
— Não muito, pra falar a verdade. Tipo, eu nunca esperei um desses, mas também nunca aconteceu comigo. Acho que qualquer transformação mágica depende da gente mesmo.
— Isso é meio sem graça.
— Sim. Eu não tenho muita energia para transformar as coisas magicamente na minha vida. Por isso tá desse jeito.
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Velho ano-novo
DragosteTodo ano é igual na vida de Gregório, mas algo parece prestes a mudar quando ele conhece Juliano no mercadinho do bairro na noite de Réveillon.
