— Sei lá, tem esse desejo no meu peito de que esse ano novo não seja mais um... Velho, antigo ano novo, sabe? Não queria que fosse o ano novo de sempre.
— Como assim?
— Não quero ficar esperançoso de que as coisas possam ser diferentes esse ano quando o relógio bater meia-noite, só pra que elas sejam iguais, ou piores ainda, do mesmo jeito que é em todo ano novo. Eu queria que, dessa vez, ele fosse diferente mesmo.
— Bom, sabe o que dizem, né? Não é o ano que muda.
— Eu vou me esforçar. Mas poxa, o universo deve ter alguma responsabilidade também.
— Tá... talvez ele tenha. Vou começar a acreditar nisso para me ajudar com o lance de não sentir tanta culpa que falamos sobre.
— Tá vendo, o ciclo se completando! O verso fechando lá no último!
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Velho ano-novo
RomansTodo ano é igual na vida de Gregório, mas algo parece prestes a mudar quando ele conhece Juliano no mercadinho do bairro na noite de Réveillon.
