Capítulo 16

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K. Taehyung Point of View

Nunca tinha sentido o que senti pelo Yoongi. A primeira vez que o vi fiquei curioso, suas respostas na ponta da língua e a postura, sempre profissional, no entanto, parecia extremamente vazio, neutro, alheio a fatos que não chamassem sua atenção o suficiente.

Sabia que a única oportunidade seria uma reunião, não planejei levá-lo para cama na primeira noite, aconteceu, assim como sair correndo pela manhã por está ocupado.

Então teve a segunda vez, terceira e perdi as contas. A sessão de fotos em gwan, como se só existisse nós dois na sala, na praia e claro, naquele quarto de hotel, foi o mesmo sentimento, e sinceramente, queria que sempre fosse apenas nós. Aprendi que ele gostava de silêncio, que amava ficar entre as cobertas quentes, que odiava tanto contato, que costumava ceder em dizer sim, os gestos de serviços, mais do que isso, Yoongi parecia está no topo sempre, era inteligente, lindo e educado.

Dessa forma, poderia pensar que qualquer um é como ele, mas não, porque ninguém fazia eu sentir a mesma coisa que ele fazia, quando estavamos distantes eu me sentia entediado, as vezes ne sentia preso nos seus olhos cinzas, suas manias, e droga, eu estava apaixonado, então eu precisei ir.

Son Ye-jin, ela foi em parte o motivo, porque Yoongi a defendeu, ele se importava com a atriz que eu quase destrui a carreira, o que prova que ainda sou imaturo, e eu tenho minha vida aqui em Paris, a melhor que poderia ter.

Foram meses vivendo intensamente, bebendo muito, porque as bebidas trazem de volta todas as lembranças e as lembraças traziam ele de volta, virei incontáveis noites, tendo o prazer temporário, tendo lapsos de criatividades quando lembrava da minha despedida com o Min, podia criar quadros e mais quadros com aquelas imagens, nada representaria o desejo real.

Então vi que precisava superar, foi apenas um caso e talvez pra superar eu precisasse de outro, alguém que me conhecesse, como uma amiga.

Kim Jennie, voltamos a ter algo casual quando ela veio a Paris, seis dias depois, Yoongi também, e soubemos do bebê, tudo desandou, porque ele queria ser apenas meu amigo, por dentro me senti irritado e falei com a Jennie que disse que tudo aquilo seria inútil, eu devia superar sozinho, era minha tarefa, insisti e ficamos novamente, ela sabia de tudo, quase uma terapeuta pros meus dramas.

E então Yoongi aceitou passar um tempo em Paris, o que se tornou semanas, e eu, como um bom filho, contei aos meus pais que seria papai. Eles convidaram o Min pra um jantar, óbvio que eu estava presente, não esqueço essa noite e o que aconteceu quando ele foi embora.

Chegamos às 18. Depois das devidas apresentações, que farei aqui, meus pais se chamam Bernart Arnault e Kim Ji Hyo.

Ji hyo ㅡ Então Min, com o que trabalha?

ㅡ Sou diretor de edição.

Ji hyo ㅡ Pensei que fosse modelo.

Arnault ㅡ Tão jovem pra ser um diretor.

ㅡ E consegui por mérito, trabalhei muito e trabalho.

Arnault ㅡ Imaginamos, você não parece o tipo do Kim, geralmente são modelos, boates e bebidas, lugares que não imaginamos você.

ㅡ Realmente, não tenho tempo pra isso.

Ji hyo ㅡ É. Nosso filho tem a sorte de ser herdeiro e nosso neto também.

ㅡ Omma.

Ji hyo ㅡ É verdade.

Arnault  ㅡ Não podemos fazer nada se engravidou o jovem Min, porém, podemos ajudar ele. O que voces dois tem?

ㅡ Somos amigos. ㅡ Yoongi disse simples brincando com o macarrão. ㅡ Só isso, e com todo respeito, não preciso de ajuda.

Ji hyo ㅡ E como pretender levar só isso?

ㅡ Pais separados é algo comum. Não temos marcas então posso morar na Coreia e Taehyung pagar pensão, fazer visitas, da forma mais pacífica pra mim.

Arnault ㅡ Certo. Não pretende ficar em Paris?

ㅡ Por um tempo, me sinto melhor na coreia, então assim que receber alguns resultados de exame, eu pretendo ir embora.

Ji hyo ㅡ Vai falar publicamente sobre esse bebê?

ㅡ Não. Minha vida sempre foi privada, se vier a público, que seja mais tarde porque quero evitar estresse, acredito que seja melhor, além do mais, vou viver sozinho e criar o bebê, então não tem porque dizer nada a ninguém.

ㅡ Sabe que uma hora iremos falar. Acha que não vou passear com meu filho em público?! Acredita mesmo?! Acha que vou vou falar que é o que? Meu amigo e seu filho?

ㅡ Eu sou seu amigo. ㅡ respondeu bebendo o suco de uva, sabai pelo seu olhar como desejava o vinho da safra de 60s que minha mãe tomava.

ㅡ E é o nosso filho.

Arnault ㅡ O jovem Min vai voltar pra Coreia e criar a criança sozinha como ele quer, você tem uma vida aqui Taehyung, continue com ela. ㅡ meu pai falou e me calei pelo seu olhar.

Yoongi pediu lincença e foi embora. Limpei minha boca com guardanapo e continuei a mesa enquanto tiravam os pratos e traziam a sobremesa.

ㅡ Pai, quero ir pra Coreia, posso trabalhar em algum escritório de lá.

Arnault ㅡ Nem pensar. Todos cargos são extremamente administrativos e de patamar elevado.

ㅡ Eu trabalho a anos aqui.

Ji hyo ㅡ Filho, você é designer de criação, é importante, claro, no entanto, você não fica atrás de uma mesa por dias, e sim trabalha com eventos, fotos, organiza desfiles, viaja muito, precisamos de você aqui. E seu pai não pode simplesmente trocar meus diretores de lá porque você decidiu ir.

ㅡ Claro que pode.

Ji hyo ㅡ Taehyung, os últimos meses você quase não foi a empresa, adiou seu trabalho pra ficar vadiando, sua secretária ligou várias vezes, além das fotos canceladas pra outras filiais porque estava caído por ai ignorando suas responsabilidades.

ㅡ Eu estava no meu estúdio, passei dias lá.

Arnault ㅡ Acha que vai pra Seul e eu vou bancar tudo? Seus estúdios, esse ômega e o filho de vocês?

ㅡ Não pai. Yoongi tem condições e eu também.

Arnault ㅡ Eu pago seu salário.

ㅡ Exatamente, e eu tenho muito dinheiro guardado. Quero transferência, se não me der  tudo bem, posso me demitir, acha que ninguém quer contratar o seu filho? Que criou diversas das suas coleções? Não sou só seu herdeiro.

Arnault ㅡ Ta me usando pra trocar sua transferência?

ㅡ Você me ensinou appa, vou ter o que eu quero, ou vamos ser rivais no ramo.

Ji hyo ㅡ Chega Taehyung. Vai pra sua casa.

ㅡ Foi um ótimo jantar.

Arnault ㅡ Seu teimoso, quer desistir de tudo por uma pessoa.

ㅡ Assim como a mamãe fez pelo senhor. Eu não sou criança, tenho controle das minhas ações, os senhores gostando ou não.

Ji hyo ㅡ Filho.

ㅡ Não importa quem tentar me parar. Vou seguir o meu caminho. ㅡ cantarolei balançando minha chave.

Arnault ㅡ Se provar que vale o esforço, eu te transfiro.

Depois disso comecei a trabalhar mais, em setores que sequer eram meus, claro que conseguia isso fácil dentro do prédio principal, em compensação ficava mais exausto, nunca quis tanto pegar um jatinho e ir pra Nova Zelândia me jogar de um precipício. Acredito que o prêmio pelos meus esforços era o Yoongi, a corda pela qual eu estaria preso na queda.

Let Me Down - Taegi - ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora