42 - Já podemos chamá-la de filha?

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Um ano depois

- Vamos, Simone. - Soraya chamou impaciente.

Elas estavam arrumando a mudança para os EUA, tinha um monte de coisas para empacotar e Simone ainda estava na cama.

- Se soubesse que ficaria tão rabugenta, teria fugido antes de dizer sim. - Resmungou se levantando.

As palavras dela fizeram Soraya sorrir, pois ambas sabiam que ela estava mentindo.

Simone estava vestida com uma camisa da loira, seus rosto estava amassado e o cabelo levemente bagunçado... Ela estava linda, a cada dia que passava ficava ainda mais. Soraya sentia que podia passar a vida ao lado dela e nunca se cansaria de vê-la. Fazia um ano de casadas e ainda assim, Simone conseguia surpreende-la ao acordar.

- Não cansa de ser tão linda? - A puxou para seus braços e lhe deu um beijo nos lábios.

- Não cansa de ser babona? - Ela debochou, saindo do seu abraço.

- Não quando tenho a mulher mais linda do mundo.

Ela revirou os olhos sorrindo, e jogou uma almofada na loira.

Elas estavam muito felizes, uma felicidade que se renovava a cada dia que acordavam juntas e sentiam que nunca enjoariam disso. Apesar do bom momento, de todo o amor e carinho que recebia, Simone ainda tinha um brilho triste no olhar e talvez ele ficasse ali pra sempre, lembrando-a de quem ela era.

Ela não tinha mais as crises depressivas, mas o olhar ainda incomodava Soraya, ela sabia que dificilmente Simone voltaria a ser exatamente como era, mas estava disposta a passar a vida tentando ocupar o vazio no peito dela.

- Nós viajamos amanhã - Ela falou, tirando Soraya de seus devaneios.

Soraya havia proposto a viagem, achou que Simone ficaria melhor se estivesse ao lado da mãe, onde poderia se reerguer e deixar tudo pra trás. Na teoria era uma boa ideia, Simone tinha até se animado com isso, mas na prática era diferente... Ela sentia que faltava algo, um pequeno detalhe

- Vá se vestir. - Falou. - Rápido, quero te levar em um lugar.

Simone ergueu a sobrancelha para a esposa só pra vê-la dar de ombros.

- E trás aquele seu ursinho medonho. - Ela estava de costas, mas sabia que Simone lhe olhava feio. - Vamos fazer uma boa ação.

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Soraya dirigia calma, alheia às reclamações da mulher, ela tinha um pequeno sorriso nos lábios o que deixava Simone ainda mais irritada.

- Fala agora. - Ela ordenou emburrada, arrancando outro riso dela. - Soraya, eu estou mandando.

- Não. - Respondeu pela décima vez.

Ela estava agarrada ao ursinho de pelúcia, como se ele fosse seu tanque de oxigênio e só de pensar em se desfazer dele, Simone já se sentia mal.

- Eu não vou me separar dele. - fez bico. - Me separo de você. mas dele não

- Sem drama Simone Thronicke. - Ela sorriu ao chamá-la pelo nome de casada. Era algo que fazia com frequência, só pelo prazer de exibir que Simone pertencia a ela.

Simone reconheceu o caminho que estava fazendo, e franziu o cenho preocupada.

O que estavam fazendo ali?

Como Soraya sabia o caminho, já que só estiveram ali uma única vez?

Ela estacionou o carro, da mesma maneira que ela havia feito na outra ocasião. Quase dois anos havia se passado desde a última vez que ela pisou ali, mas parecia uma vida.

REVENGE - Simoraya Onde histórias criam vida. Descubra agora