18 - Uma dose de cocaína deve acalmá-la.

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Quarto do casal.

Biblioteca.

Escritório.

Banheiro.

Cozinha.

E nada.

Simone revirou a casa de cabeça para baixo, e não achou absolutamente nada, que ligasse Eduardo morte de seus pais.

Ela poderia jurar que ele ainda tinha esses documentos, tinha que ter. Ele não se livraria de algo que o fizesse lembrar de sua "vitória", não com o ego que tinha. Mas ela já tinha procurado por todo o lado.

Bom, menos em um lugar.

O quarto de Janja.

Por que ele guardaria algo tão importante, no quarto de uma drogada?

Ela não sabia responder, mas não custava nada dar uma olhada. Já não tinha nada a perder mesmo.

O quarto de Janja ficava no segundo andar, o último do corredor, não foi difícil de achar, já quero era o único cômodo que ela não tinha olhado.

A decoração do quarto, surpreendeu Simone. Ela esperava algo mais pank, mais medonho e assustador. Ao invés disso, encontrou um quarto cor de rosa, com flores espalhadas pelas paredes. Muito parecido com o quarto que tinha na infância.

Simone balançou a cabeça, afim de tirar aqueles pensamentos da cabeça. Não era a hora para melancolia, muito menos lembranças tristes.

No fundo, ela tinha pena de Janja. A menina não tinha culpa de ter um pai cretino e uma mãe rodada. Se fosse em outros tempos, Simone poderia até se solidarizar com ela, mas infelizmente, não tinha outro tempo.

Simone analisou o quarto, pensando onde Eduardo poderia ter escondido aquele maldito inquérito.

Se Eduardo realmente o escondeu ali, foi em um lugar que Janja não tivesse acesso, ele não ia querer que sua princesinha descobrisse o monstro que ele era.

Embaixo do colchão seria fácil para que alguém encontrasse.

Na cômoda, não parecia uma boa idéia.

Foi então que um quadro chamou a atenção de Simone.

Eduardo e Janja estavam sorridentes na pintura pendurada na parede, até que o quadro era bonito. E parecia pesado.

Simone resolveu arriscar. Tirou o quadro da parede e bingo.

Atrás da moldura, tinha uma espécie de fundo falso, onde Simone encontrou um envelope amarelado.

- Vai ser rápido. - Ela ouviu uma voz no corredor. - Só preciso trocar esse vestido.

- Merda. - Simone sussurrou.

Foi o tempo de Simone colocar o quadro no lugar, e a porta foi aberta.

Janja parou na porta, e encarou a intrusa no seu quarto.

- O que você está fazendo aqui? - Perguntou, com certa prepotência.

- Estava procurando o toalete. - Simone falou a primeira coisa que pensou, e só depois se deu conta de que aquela era a desculpa mais esfarrapada possível. - Acabei me perdendo.

- O toalete dos serviçais fica lá embaixo, está aberto.

- Ui. - Simone ergueu as mãos. - Que ofensivo.

Janja estava acompanhada de uma outra garota, e seu vestido azul estava molhado por uma bebida qualquer. A menina parecia muito irritada por encontrar a outra em seu quarto.

- Não pensa que me engana com esse seu jeitinho de boa moça. - Janja falou, se aproximando de Simone. - Eu sei o tipo de mulher que você é.

Simone riu do tom ameaçador da menina, e se sentia pena antes, já não sentia mais. Janja era tão prepotente quanto a mãe, e tão mau caráter quanto o pai.

- Cuidado com o que diz. - Foi a vez de Simone ameaçar.

- Por que, não gosta de ouvir a verdade? - Ela se virou para a garota que a acompanhava. - Ou não quer que as pessoas descubram a vagabunda que você é.

Simone sorriu perigosamente.

- Vagabunda? - Ironizou. - Do tipo que dá pra traficante, em troca de droga?

Janja abriu e fechou a boca, procurando por uma resposta a altura.

- Sua vadia! - Rosnou. - Aposto que isso vem de família. - Sua mãe deve....

Simone não economizou na força do tapa, deixando o rosto de Janja vermelho. A menina levou a mão ao rosto, e encarou Simone, surpresa pela atitude que tomou.

- Disse pra ter cuidado com o que diz! - Simone passou por ela, esbarrando em seu ombro.

- O que está acontecendo? - Soraya entrou no quarto, e não entendeu bem o que estava acontecendo.

- Essa... - Janja olhou para Simone, e ao notar o sorriso maldoso, pareceu mudar de idéia. - Mulher me bateu.

Soraya encarou Simone por um tempo, e logo voltou o olhar para a noiva.

- Controla sua bonequinha. - Simone falou. - Uma dose de cocaína deve acalmá-la.

Dito isso, Simone saiu do quarto, deixando todos sem fala.

REVENGE - Simoraya Onde histórias criam vida. Descubra agora