31 - A coisa certa, mãe.

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Uma semana.

Foi o tempo que Eduardo levou pra juntar as peças de seu "quebra cabeça". Ele teve que sair da casa e alugar um pequeno apartamento, logo depois, começou a perder clientes em seu escritório, que já estava a beira da falência.

A vida de Eduardo havia se tornado um verdadeiro inferno. A mulher vivia reclamando, e a filha quando não estava drogada, estava fora. Alguém tinha virado sua vida de cabeça para baixo e ele nem ao menos sabia quem era.

"Fica tranquilo. Esse vai ser o menos dos seus problemas."

"Anota mais uma morte na sua conta."

As palavras de Simone não saíram da sua cabeça, assim como o olhar que ela direcionou a ele. Como se soubesse de alguma coisa.

Eduardo se esforçou um pouco, e então sua mente se abriu e o fez enxergar o detalhe que faltava, que estava ali, abaixo de seu nariz.

Simone Tebet.

Ela o levou até a entrada da comunidade, onde ele encontrou a filha. Ela deu a ele, um contrato milionário e cheio de cláusulas. Ela o levou naquele maldito restaurante cassino, o fez voltar a jogar.

Mas como ela tinha conseguido suas promissórias? As dívidas que ele tinha, não eram com Simone e sim com o cassino.

- Ela armou pra mim. - Concluiu. - Filha da puta.

Eduardo se levantou da cama e foi até seu armário, pegou a velha maleta preta e tirou seu revólver de dentro dela.

Ele estava disposto a conseguir ter seus bens de volta, nem que pra isso acontecer, ele precisasse passar por cima daquela bela mulher.

Eduardo ficou um tempo encarando seu velho revólver, fazia tempo que ele não o usava. Desde Susan.

- Pai, o que está fazendo? - Janja estava de pé na porta do quarto, e o encarava com os olhos arregalados.

- Eu vou pegar tudo o que é nosso, de volta. - Disse, colocando a arma na cintura. - Aquela cretina vai pagar.

- Do que você está falando? - Perguntou preocupada.

- Simone Tebet. - Falou com desdém. - Ela tomou tudo o que é meu, e eu vou pegar de volta.

Janja não estava surpresa, ela já sabia do que Simone era capaz, sabia que ela não era confiável. Na verdade, Janja odiava Simone, era algo inexplicável, uma aversão a primeira vista. Mas não gostar de uma pessoa, era diferente de queré-la morta.

- Pai, o senhor não vai fazer nada contra ela, né? - Ela se aproximou do pai. - Você é advogado, pode resolver isso na justiça.

- Não depois que aquela vagabunda tirou tudo de mim. - O ódio estava explícito em sua voz. - Vai ser só um sustinho, pra ela aprender a não brincar comigo.

Janja conhecia bem o pai, e sabia que não seria só um sustinho. No fundo, ela sabia do que o pai era capaz, a mãe contou a ela sobre o caso do Ramez, sobre a frieza dele. Ela já não esperava mais nada de Eduardo.

- Pai, por favor. - Ela o seguiu até a sala. - Não faça nada que vá se arrepender.

- Não vou.

Ele saiu e bateu a porta, deixando Janja aflita.

Ela estava passando pelo pior momento de sua vida. Lula não atendia mais as ligações, ele não a procurava mais. E ainda tinha o problema com as drogas, ela quase não tinha mais dinheiro pra consumir e isso a estava matando por dentro.

Ela e a mãe tiveram que abrir mão de muitos luxos, e Eduardo havia se transformado em um homem asqueroso. Mesmo sabendo que a culpa de seu inferno pessoal, era de Simone, ela não queria que o pai a matasse. Janja não queria ter um pai assassino, se estava difícil com Eduardo em casa, ficaria ainda pior com ele preso.

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