16 - Que tipo de obsessão é essa?

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Após o jantar, Simone deu um jeito de arrastar Eduardo até o cassino, apesar da resistência dele. No começo, ele só a assistiu jogar, mas logo se empolgou e começou a apostar.

A principio as apostas foram baixas, ele estava sendo cauteloso. A cada vitória na roleta, Eduardo ia se soltando e a cada dose de whisky ele apostava mais alto.

Simone parou de jogar, e ficou como telespectadora, queria ver de perto a falência de Eduardo. Ele até que se saía bem, estava ganhando todas, mas ela sabia bem como jogos de azar funcionavam, no fim a banca sempre ganha, e foi o que aconteceu.

Depois de ganhar trinta seguidas, Eduardo começou a apostar alto, muito alto, e foi aí que a banca agiu. Após perder a primeira, o instinto de jogador dele voltou, e ele quis ir de novo, e de novo, e de novo.

- Eduardo.- Simone interveio. - Acho que basta.

- Eu sei a hora de parar. - Ele respondeu.

Do jeito que as coisas estavam indo, ele sairia daquele cassino sem os dentes. Em parte, era isso que Simone queria, mas não de uma só vez, não teria a menor graça se fosse assim.

- Eduardo, eu estou indo embora. - Ela anunciou, pegando a bolsa. - Você fica se quiser.

Quando viu que Simone falava sério, ele se levantou da mesa e a acompanhou. Antes de saírem, Simone viu Eduardo assinar uma promissória no cassino. Ela sorriu, pois estava no caminho certo. Logo Eduardo Gonçalves, seria só mais um homem fodido, em seguida, um homem morto.

(...)

Simone estava tão exausta quando chegou em casa, que nem notou que sua porta estava aberta.

Ela foi até a cozinha, com a luz ainda apagada, e quando ia pegar um copo de água, ouviu un ruído estranho.

Ela não estava sozinha.

Simone andou devagar até seu faqueiro, pegando a maior faça que estava lá. Em momento algum ela sentiu medo, era algo que ela tinha excluído de sua vida, mas ela estava apreensiva, afinal, tinha alguém em seu apartamento.

- Você demorou.

A luz se ascendeu e Simone suspirou aliviada.

Soraya estava parada na porta da cozinha, com um olhar assustado para a faca que Simone segurava.

- Você ia me matar? - Perguntou.

- Enlouqueceu? - Simone gritou, soltando a faca em cima da bancada. - O que te deu para invadir a minha casa?

- Eu queria conversar com você, mas vi você saindo com Eduardo. - Acusou. - Aliás, o que você quer com ele?

Simone estava com a resposta na ponta da língua, mas travou quando viu o que estava na mão de Soraya.

A pasta cheia de informações de Eduardo e sua família, arquivos que juntou através dos anos, todo o material que precisava para completar sua vingança, estavam nas mãos de Soraya.

- Que tipo de obsessão é essa?

Simone perdeu a pose, foi por um breve momento, mas perdeu e Soraya percebeu.

- Você é louca...

- Cala a boca! - Simone gritou, e tirou a pasta das mãos dela. - Você não tinha o direito, de mexer nas minhas coisas.

Soraya ergueu as mãos, num gesto de rendição.

- Por que? Por que está fazendo isso?

Simone percebeu que Soraya já sabia, ela descobriu que ela era a responsável pelo inferno na família Gonçalves. Também, ficou mais fácil chegar a ela, depois de tudo o que Soraya viu.

REVENGE - Simoraya Onde histórias criam vida. Descubra agora