8 - Parte um, concluída com sucesso.

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A vida de empresária era um tédio, logo Simone entendeu o porquê do pai mandá-la em seu lugar. Ficar sentada o dia inteiro, revisando relatórios e tendo que lidar com gente arrogante, era algo estressante.

Ela já teria perdido a cabeça, se não tivesse um passatempo preferido, enlouquecer Eduardo.

Simone passava o máximo de tempo possível, provocando Eduardo. Ela sabia que uma hora ele iria avançar e era isso que ela estava esperando.

A sexta feira chegou, e com ela a nova fase do plano de Simone.

- Já está tudo pronto? - Perguntou.

- Sim senhora. - A voz respondeu, do outro lado da linha.

- Ótimo, vou encerrar agora.

Simone guardou o celular, e se virou para Eduardo, que estava sentado em sua mesa.

- Me desculpe. - Ajeitou o cabelo. - Era o porteiro do meu prédio, eu vou ter que ir agora.

- Eu posso levá-la. - Eduardo se ofereceu.

- Não precisa, eu pego um táxi.

- Eu já avisei que chegaria tarde. Eduardo pegou o paletó e a pasta. - Não será incômodo levá-la.

- Já que você insiste...

Simone podia sentir o olhar de Eduardo em suas costas, enquanto caminhavam para o carro.

Ela estava sendo forte, pois tinha nojo de respirar o mesmo ar que ele, sentia ânsia sempre que ele a tocava, mas aguentava.

Precisava ignorar aquilo, seu plano tinha que ser maior que toda a aversão que sentia por Eduardo.

- Pode me passar seu endereço. - Falou, enquanto entravam no carro.

- Ou posso digitá-lo no GPS. - Simone foi grossa, mas percebeu a tempo. - Se não for incomodo.

- Sinta-se a vontade.

O caminho foi feito em silêncio. Eduardo estava tão concentrado na estrada, que as vezes tocava "acidentalmente" a perna de Simone, enquanto mudava a marcha do carro.

Sempre que isso acontecia, a morena sentia vontade de puxar o volante de suas mãos e jogar o carro em um barranco qualquer. Só não o fez, pois sabia que ele poderia se salvar ou que morreria rápido. E não era essa a idéia.

Eduardo parou o carro, e encarou Simone com um olhar confuso.

- Você mora em uma comunidade?

- Tebet fez cara de desentendida, enquanto olhava em volta.

- Nossa, acho que digitei errado. - Disse levando as mão a boca. - Ainda não estou familiarizada com o lugar.

Eduardo teria ficado furioso, se não fosse Simone em sua frente. Ele não se exaltou por estarem na entrada de uma comunidade, muito pelo contrário, viu ali uma oportunidade perfeita.

Ele estava no carro, em uma rua escura e vazia, e Tebet estava com ele.

Era uma oportunidade de ouro, já que a morena havia dado sinais de que estava a fim dele, e só não se envolveram por estarem em um ambiente de trabalho.

Eduardo olhou para Simone, que mordeu o lábio inferior em provocação. Ele entendeu aquilo como um sinal e se aproximou mais, colocou a mão no rosto dela e alisou de leve sua bochecha.

- Tem algo que eu gostaria de ter feito, desde a primeira vez que te vi.

Simone aproximou seus rostos até que seu nariz tocasse o dele. Ela sentiu o bigode dele arranhar sua pele macia, seu hálito cheirava a whisky e tabaco, uma mistura que fez o estômago dela revirar.

REVENGE - Simoraya Onde histórias criam vida. Descubra agora