Sião, 1782O velório do jovem oficial foi discreto, exigência de sua família que apesar de não interferir em seus problemas emocionais, não quiseram trazer para si o ódio do povo. A mãe de Venice sofreu a perda do caçula. Mas só depois do fim de tudo, quando o povo descobriu que a mulher que denunciou o tal pintor o fez por despeito e não porque soubesse de algo errado sobre ele, o nome de seu filho foi elevado ao nível de uma lenda de enamorados.
Samantha Jakapan sofreu seu luto amparada pela cunhada, Love e pelo irmão, Peter. Ela mesmo foi agradecer à família do oficial por ter criado um herói. O rei agradeceu de forma reservada a todos por terem dado um túmulo heróico ao pintor e agente especial do rei e ao jovem oficial. Ninguém se importava mais que o jovem empregado do monarca tinha tentado salvar um prisioneiro para lhe entregar nos braços de sua amada.
Os dois jovens foram chorados amplamente pelos apaixonados, afinal, os amantes sempre são solidários com os que sofrem por amor.
Khun Nane contou para todos a história do barqueiro que esperou, com a noiva, o noivo que foi tragicamente abatido a caminho do desterro desejado. Ela deixou claro a todos o orgulho de saber que seu filho era um ser apaixonado e que tentou ajudar aos dois seres enamorados. Mesmo que na intimidade todos os envolvidos conheçam e fale, entre si, da verdade oculta nessa barbaridade toda, ela manteve firme em sua história, como combinado com os amigos do filho.
Foi khun Nane também quem tornou famosa as obras de Rak Fiat, afinal, com a morte de Venice, seu querido filho, só restava a ela cuidar das telas que o amigo de seus filhos tinha deixado no estúdio. Tawan e seu namorado apoiavam a mãe, que aceitou sua nova missão para não partir atrás do filho...
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Venice e Rak
Dias atuais
Quando Venice conheceu Rak pareceu aos adultos que olhavam a cena que era o encontro de duas almas-gêmeas.
O menino tão logo conheceu o homem, que era há muitos meses assunto dos adultos, disse que ia apresentá-lo ao tio Chan. Foi algo tão rápido e marcante que ninguém tentou impedir.
Seus pais aceitaram não porque faziam a vontade do filho. Na verdade, não foi só o filho que teve essa certeza. Vegas também. Tão logo olhou para Rak, pensou no amigo. Era algo automático. Tinha a mesma sensação que teve ao olhar para o filho na primeira vez que o viu. A sensação de paz e conforto como se fosse um reencontro.
De alguma forma ele soube que Chan e Rak eram um para o outro. O problema era convencer o mais velho a ter alguém.
Nenhum dos mais velhos sabiam dizer de amores e decepções de Chan. Reservado e calado, ele era o contraste com todos Rungrot e Theerapanyakul.
Piong Turion Changchan é alguém que ouve mais e fala menos. Seu sucesso no mundo corporativo se dá exatamente por sua postura quase sisuda. Seu semblante só sorriu feliz quando conheceu Venice, anos antes. Foi também quando conheceu Vegas e Pete.
Mesmo há anos fazendo negócios com os Theerapanyakul e Nodted, eles nunca se encontraram. Pete sendo professor e Vegas cuidando dos interesses da família, mesmo que ambos ajudem nos negócios familiares, a presença de ambos em reuniões e outros eventos sempre foram facultativas. Até o dia em que os quatro se conheceram.
Vegas lembra ainda como tudo aconteceu.
Khorn e Kan estavam dando uma festa de aniversário para Arm e Pol, em uma das viagens de férias do jovem Rungrot e Chan precisou resolver algo na Tailândia. Como o vôo só sairia na madrugada, Nane sugeriu que eles convidassem o financista para ir até a casa. E ele, com seus hábitos taciturnos, sentou-se afastado, próximo à sombra dos coqueiros do deque. Na mesma sombra, protegido do calor, Venice brincava no cercadinho.
Dali em diante o homem e o menino tornaram-se cúmplices. E isso já tinha quase nove anos. Tio Chan Chan tornou-se parente da criança e a proximidade com ele o fez amigo dos jovens pais.
Por causa dessa amizade Chan vivia dizendo que um dia voltaria para a Tailândia. E Venice cobrava com insistência essa mudança. Com a proximidade com o jovem casal, P'Chan tornou-se mais afável e enfrentava a ponte aérea com regularidade nos feriados e festas dos Theerapanyakul.
Quando Rak surgiu, Venice chegou ligar para o tio e declarar:
- Encontrei seu amado.
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Vegas lembra desse dia com cuidado. O tio Chan Chan sorriu sem graça e sua voz se fez ouvir em meio à casa dos pais do menino casamenteiro:
- Vamos ver se você realmente sabe do que seu velho tio gosta. É bonita essa jovem?
- Ei, tio, quem disse que o senhor gosta de mulher? Seu amor é o irmão do tio Pol. Lung Rak é o amor de "sua vida toda". Eu sei. Eu vi o laço vermelho que ele carrega, é igual ao do senhor.
P'Chan sorriu assustado. Tinha certeza que nunca tinha dito nada sobre sua sexualidade a nenhum Rungrot ou Theerapanyakul. Não quis mentir para o menino e aquela história de fita vermelha não era novidade. Venice dizia isso sempre. Ele não esquece do quadro que o menino viu em uma exposição e fez os pais comprarem. A paisagem antiga do Rio Ping dentro dos olhos escuros de um homem.
Quando o homem chegou da Coréia do Sul e viu o quadro, arrepiou-se. De alguma forma, mesmo ele sendo amargamente cético, aquela paisagem tal e qual estava representada, era sua conhecida. Ele tinha uma certeza doentia de ter visto aquela cena alguma vez na vida. Sua falta de fé deu-lhe uma data crível: na infância ele amava ver o mesmo rio...
Quando P'Chan deu essa justificativa, Vegas e Pete fingiram aceitar. Venice apenas declarou:
- Essa é a trilha da sua fita vermelha tio. Foi sua alma-fogo quem desenhou.
O tal prometido do apaixonado desconhecido não esclareceu que não era alma de fogo e sim chama-gêmea. Se falasse algo, estaria declarando acreditar que eles todos eram um grupo unidos por um propósito. Ou eles realmente seriam "família de alma"?
Quando ninguém estava olhando, o financista procurou a assinatura e encontrou uma rubrica com as letras FR e um raio de luz.
P'Chan nunca deu mostras de acreditar na "imaginação" de Venice. Nane riu e passou a ensinar o que sabe para o menino.
Vegas e Pete simplesmente aceitaram a história. O que tiver que ser, será. O que está escrito um dia acontece e se essa é a vida em que os três se uniram para juntar o novo casal, eles farão o possível e impossível para ajudar a roda do Destino se mover a favor do amor.
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O Fruto Proibido 3 #ChanRak
FanfictionAkai Ito. Onde Rak, irmão de Pol, para satisfazer a vontade do sobrinho, aceita conhecer P'Chan. Onde P'Chan descobre que o rosto desconhecido é do irmão de Pol, seu amigo. Onde um amor que venceu o tempo e as injúrias procura florescer, apesar do...