10. Se você morrer...

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(...)

           -   Você não vai morrer. Eu sinto que não vai. Você está saudável. 

          Rak chora silencioso. Treme nos braços que o ampara. De alguma forma ele quis acreditar no homem de seus sonhos. Quis muito,  mas aquele laudo amassado no bolso da calça abandonada no banheiro, tira todas as suas ilusões.  Ia morrer antes de amar…

         -    O médico disse … coitado do meu pai. Ele já perdeu… mamãe e meu irmão, pī. Ele… vai… enterrar outro filho… Quando eu … morrer… quem vai cuidar dele?

         "Dessa vez você não vai morrer antes de mim. Eu proíbo você de morrer, entendeu?"   -  A voz dentro dele bradou. Chan a conhece. Parece sua voz,  mas é mais grave e ele sempre a sente dentro de si. Desde sempre.

         -    Rak,  eu proíbo você de morrer antes de mim.

         Falou e beijou os lábios do primo de Vegas. Foi algo mais forte que ele. 

         "Dessa vez ninguém vai ficar em nosso caminho, meu doce Ping. Ninguém!"  A voz que  gritou dentro dele ainda mais forte, quase o deixou surdo.

            Rak não se assustou com o toque em seus lábios.  De alguma forma ele sabe que aquele lago o liga ao homem que o ampara agora. Desde criança, quando está na Tailândia, é ali que ele se esconde do pai para chorar. Quando Chan tentou se afastar, ele ergueu os braços e o puxou para si, aprofundando o beijo.

        "Meu doce e atrevido rio!"  -   A voz repetiu, porém doce e quente, quando Chan recuperou o comando e continuou o beijo, agora com a língua explorando a boca do jovem. O cheiro de sândalo voltou para o quarto,  como nos sonhos e o envolveu. Os lábios de Rak eram macios e suas línguas se abraçavam em uma dança ritmada,  como se acostumadas a esse encontro. Chan se afastou, sem se soltar do corpo do outro.

          -    Rak, desculpe-me… Eu não deveria…

           -    Eu quis beijar você desde a primeira vez que o vi, Chan. Talvez eu soubesse que minha vida seria breve…   -   A tristeza presente na voz do rapaz gelou o sangue do empresário.

           -   Vamos procurar outro médico. Como descobriu essa doença?  Você se sentiu mal e foi fazer os exames?

           -   Não.  Meu pai só fica sossegado se faço exames regularmente… No fim ele estava certo.

         Chan lembrou que Pol tinha brincado sobre a hipocondria do pai biológico. Desde que o filgo caçula morreu,  ele insistia em check up constantes.

            -   Acalme-se.  Vamos procurar outra opinião. Eu vou estar com você. 

             Rak o puxou para si e se aninhou em seu colo.

              -    Posso dormir aqui?

              -    Pode. Durma. 

             Chan cobriu os dois e ligou o ar condicionado. Quando o rapaz adormeceu mandou um recado para a secretaria, avisando que não iria ao escritório e que só  deveria passar para ele chamadas que fossem realmente importantes. 

             O outro recado foi para Vegas. 

◇◇◇◇◇

Tio do Venice

[Vegas, não sei se estão
procurando o nong  Rak, 
mas ele está comigo.]

Vegas

O Fruto Proibido 3    #ChanRakOnde histórias criam vida. Descubra agora