11. Promessa

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           Chan guardou para si a promessa que fez a Rak. Copiou o relatório clínico e enviou para seu médico.

           -   Nong Chan, traga-o para a Coréia. Vamos fazer alguns exames detalhados. O diagnóstico e a falta de sintomas não combinam.

(...)

             -    Você o quê?   -   A indignação é geral. Primos, tios, pais, irmão e cunhado todos abismados com a notícia.

           -   Vou passar uns dias na Coréia com pī Chan.   -  O caçula de Torrent declarou.

           Rak chamou os pais e os tios e está comunicando sua viagem. Chan conseguiu dar-lhe alguma esperança e ele está arriscando uma nova bateria de exames. A fuga para o outro país é só para que a família não se preocupe com todas as visitas ao médico.

           Pete e Vegas simplesmente não acreditam na inocência da viagem. Para ambos há algo mais e não é nada romântico. Há coisas sérias por baixo do manto do monge.

          -   Rak, eu não tenho o direito de me intrometer, eu sei, mas meu coração diz que você está precisando de nós agora.

          A sensibilidade de Pete está aflorada. Ele sabe que algo não está bem com o novo primo, mas não consegue fazer com que ele se abra.

           -   Você vai preocupar meus pais, Pee. Sabe como mamãe Joly é impressionada.

           -   Sou mesmo. E essa semana sonhei que uma mulher estava perseguindo você. Falei com Tom e Torrent. Estou ansiosa.

           -    Aquele mesmo sonho com Tay, Joly?   -  A madrasta de Vegas perguntou.

           -   Sim, Nane. Eu acordei suada.

           -   O sonho é seu, minha amiga, mas eu já odeio essa sonsa como se ela fosse real.

(...)

           Chan acha que eles dois devem confiar em Vegas e Pete. Ter os dois ao lado vai ajudar nessa busca por resposta. Fora que ambos são os que têm mais facilidade de abandonar tudo para ir encontrá-los caso as coisas se compliquem.

          -    Nong, eles são sua família e eu sou um estranho, mesmo que com boas intenções. Ter eles para lhe ouvir e emitir uma opinião mais equilibrada é importante.

          A conversa, embora feita na casa dos Rungrot, é reservada. Chan acredita que tudo vai correr bem, mas a espera por alguns resultados, mesmo que não sejam tão longa, vai acabar enfraquecendo Rak. Um apoio extra seria essencial.

          Rak teme pelos pais.

          -  Nong, ouvi Big dizendo que vai fazer Arm espionar você. E essa família resolve tudo assim. Com Vegas e Pete de nosso lado, vamos ter como criar um ambiente pacífico para você. Estando ou não doente, no próximo mês sua vida não vai ser fácil.

           -    Não acredito! Eles querem me espionar? Privacidade para quê, não é?

           -   Eles amam você. E não é como se estivessem errados. Estamos mesmo  escondendo algo importante deles. E sou sincero, só estou apoiando seu segredo porque tenho certeza que houve erro nesses exames.

            -    Pensando por este ângulo, eu concordo. Mas você conta. Não estou pronto para contar isso sem virar lama. Não quero mais chorar.

            -     Então vá para minha casa. Vou com Vegas e Pete para a sua e fazemos uma mala. Que acha?

           -   Não precisa. Aqui na mamãe Joly tenho roupas suficientes para a viagem. Mas vou com Arm e Big para sua casa e lhe espero lá. Ao menos eles não ficam aqui "curiando" para descobrir nosso segredo. Obrigado, pī.

          Chan viu o rapaz ir embora e sentiu toda a tristeza que estava disfarçando o envolver. Precisava mesmo falar com os amigos.

          -    Preciso falar com vocês. Mas é algo sigiloso. Podem me ajudar com uma mala para Rak?

           -    Claro. - Vegas e Pete responderam quase ao mesmo tempo.

(...)

          No quarto, mala pronta sobre a cama, os amigos de P'Chan estão sem chão.

           -     Então você acredita que é um erro?

           -    Sim. Mas ele não acredita. Está confuso e nem queria tentar novos exames ou o tratamento de sobrevida sugerido pelo médico.

            -   Ele não quer preocupar os tios, Pī.

             -     Exatamente. Por isso vou levá-lo para a Coréia. Conversei com meu médico lá e ele sugeriu uma montanha de novos exames. E se comprovar, uma biópsia.

            -     Vocês não pensavam em contar para ninguém?

            -   Ele. Eu acho que vocês precisam saber para dar suporte. Tenho certeza que foi um erro. Mas enquanto não se desfaz, é uma sentença de morte para ele.

            -   P'Chan, você fez certo em se abrir conosco. Pete e eu vamos falar com vocês todos os dias. E vamos vê-los lá também.

           -   Isso. Apoio Vegas  nessa ideia. Vamos estar com vocês tanto online quanto presentes. Vou sugerir ir no lugar de Tay para lá, assim que as férias de Venice chegarem.

            -     Obrigado por pensarem assim. Essa é uma desculpa que não vai expor o Rak.

             -    Como ele está reagindo em casa?  Tio Torrent disse que ele tem dormido em sua casa.

            -    Chora um pouco. Não mais na minha frente. Mas chora. E dorme sempre na minha casa desde que o encontrei no parque. Esses dias ele disse que ia ficar com khun Torrent e perto das duas da manhã o vi entrar em casa muito chateado. Ele está tentando suportar sozinho.

            -    Se você não o tivesse encontrado, ele teria se entregado ao sofrimento e ia morrer por antecipação...

           -      Concordo, Pete. Você sempre sensível, meu amor, sentiu logo que tinha algo errado.

            -    É. Não dá para esconder muita coisa de vocês. O que um não pressente os outros stalkeiam. Big já está dizendo que vai fazer Arm descobrir sobre nós. - Chan reclamou.

            -    Somos família e somos muito estranhos também, confesso. Espero que não se estresse com Arm e Pol também costuma fuçar as redes. Só para avisar mesmo... - Pete está tentando brincar, mas diferente de Chan, ele teme que realmente haja algo errado com Rak.

             -    Obrigado, pī Chan, por cuidar dele. Nós dois vamos apoiar vocês. Pete se apegou muito ao  Rak...   -   Vegas abraçou o amigo, mostrando estar juntos. Era também uma promessa...

O Fruto Proibido 3    #ChanRakOnde histórias criam vida. Descubra agora