12. Medo

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         Para Rak estar na Coréia, Tailândia ou no Peru era tudo a mesma coisa. A única diferença é que o Peru ele ainda não conhece.

         A primeira consulta foi uma triagem.  Ele ficou sabendo que iria fazer os exames e quais eram. Conheceu o psicólogo que o acompanharia e encarou tudo como mais do mesmo.

           A segunda consulta, sete dias depois, já foi para ver os primeiros resultados dos exames iniciais. Os exames de ultrassom nada mostraram e de repente esperar os específicos,  que realmente levam mais tempo em análise, o estressaram. Rak está cada dia  mais  nervoso e seu humor oscila muito. Vegas e Pete realmente não deixaram de ligar,  fazer chamadas e nesse ínterim perceberam que o jovem estava definhando rapidamente. 

          Aparentemente P'Chan estava enganado. Pelo que os primos viam,  o menino realmente ia enfrentar um tempo ruim e talvez estivesse mesmo perto de partir. Dias depois de chegar a Seul, Rak começou a ter enjôos e a ter insônia. Sons simples o irritavam e chegou a reclamar do cheiro da comida.

           Vegas veio dois dias antes de Pete e encontrou Rak vomitando seguidamente.  As coisas entre Chan e ele se resumiam ao mais velho segurar o mais jovem nos momentos de mal-estar e apoiá-lo durante as noites mal-dormidas.

           Rak pouco interagiu com Vegas. Os resultados dos exames específicos estavam perto de chegar e o rapaz estava cada dia mais para baixo. Porém, na noite em que Vegas chegou, eles conversaram. O pai de Venice já tinha se desesperado com o comportamento negativo do primo.  Mas foi o próprio Rak que o puxou para o quarto. 

         -    Vee,  porque eu tinha que conhecê-lo só agora que me sinto morrer?

         Ao ouvir o desabafo, Vegas percebeu o que realmente estava matando Rak. Ele estava apaixonado por Chan. E estava com medo. Medo de viver o que sentia. Medo por saber que a morte era certa. Mas a morte é certa para todos. Uns vão antes dos outros. Porém  ele a acredita em P'Chan e sente que os medos de Rak são todos infundados. 

         -    Rak, primeiro você precisa relaxar. O médico nos disse hoje que seus sintomas não estão ligados ao seu organismo porque os novos exames estão iguais aos da semana passada.

          -   Você está dizendo que eu estou me matando?   -  Um tremor leve acompanha o jovem desde o primeiro momento em que Vegas o reencontrou e isso preocupa o Theerapanyakul. 

        -    É normal. Você viu sua mãe e irmão morrerem. Seu cérebro captou essas informações e suas emoções estão balançadas. Você é humano e começou a enfrentar isso só.

        -     Eles sofreram tanto, Vee...   -   As lágrimas escaparam como se comportas estivessem sido derrubadas dos olhos de Rak. A dor e o sofrimento estampados em seu rosto aumentaram, assustando Vegas, que tenta entender o amigo.

      -    Eu sei. Mas que tal você prestar atenção em outra situação. Mude o foco de sua atenção e você vai ficar melhor.

         -      Em que devo focar? Eu sinto desespero. Tenho medo de assustar pī Chan. 

         -    Você me perguntou porque teve que conhecer o P'Chan agora. Então você está interessado nele?  -   Vegas tenta mudar de assunto.

          -    Não sei. Acho que estou confundindo tudo porque ele está cuidando de mim...

          -     O que você sente? Gosta dos cuidados dele ou da pessoa que ele é?

          -    Não sei, Vee. Ele é legal. Terno. Bonito. Tem essa postura silenciosa que cria uma aura de mistério. Ele olha como se pudesse ver além de mim...

O Fruto Proibido 3    #ChanRakOnde histórias criam vida. Descubra agora