Para Sasuke, o verão estava passando muito depressa. Entre trabalhar na oficina e passar a maior parte de seu tempo livre com Sakura, sentia que os dias voavam. Conforme agosto se aproximava, viu que estava cada vez mais ansioso com a ideia de que ela logo voltaria para Konoha e ele teria que ir para Vanderbilt.
Ela havia se tornado parte da sua vida – e, de várias maneiras, era a melhor parte. Embora nem sempre conseguisse compreendê-la, suas diferenças de alguma forma pareciam fortalecer o relacionamento. Discutiram por causa da insistência dele em ir com ela ao tribunal e da recusa incisiva dela, mas ele se lembrou de sua surpresa ao vê-lo esperando-a na saída do tribunal com um buquê de flores. Sabia que estava chateada, pois a queixa não havia sido retirada – sua próxima audiência seria em 28 de agosto, três dias antes de ele ir para a faculdade -, mas sabia também que havia feito a coisa certa ao esperá-la, quando ela agradeceu as flores com um beijo.
Sakura o surpreendeu arrumando um emprego de meio período no aquário. Não falou nada sobre seus planos nem pediu que ele intercedesse por ela. Honestamente, ele nem tinha percebido que ela queria arrumar um emprego. Quando lhe explicou os motivos depois, disse o seguinte:
-Você passa o dia todo trabalhando, meu pai e Konohamaru estão ocupados com a janela de vitral e eu tinha que arrumar alguma coisa para fazer. Além disso, quero eu mesma pagar a advogada. Meu pai não tem dinheiro.
Quando ele foi buscá-la, no final de seu primeiro dia de trabalho, percebeu que sua pele estava meio esverdeada.
-Tive que dar comida às lontras. Já teve que colocar a mão em um balde cheio de peixes mortos e grudentos? É nojento!
Conversavam por horas e horas. Parecia não haver tempo suficiente no mundo para que pudessem compartilhar tudo o que queriam. Às vezes, falavam simplesmente para preencher os momentos de silêncio - quando falavam sobre seus filmes prediletos, por exemplo, ou quando ela havia dito que, apesar de ser vegetariana, não se decidira ainda se ovos e leite contavam. Em outros momentos, entretanto, a conversa tinha um tom mais sério. Ela falou mais sobre suas lembranças do piano e sobre seu relacionamento com seu pai, ele admitiu haver momentos em que se ressentia de ter a responsabilidade de se tornar a pessoa que o pai insistia que fosse. Conversavam sobre o irmão dela, Konohamaru, e sobre a irmã dele, Kiyomi. Especulavam e sonhavam sobre o que aconteceria na vida deles. Para ele, o futuro parecia minuciosamente planejado: quatro anos em Vanderbilt e, depois da formatura, trabalharia em alguma outra empresa para adquirir experiência e voltaria para administrar os negócios de seu pai. Mesmo ao ouvir a si mesmo repetindo esse plano, conseguia escutar a voz de seu pai sussurrando-lhe aprovação, porém não conseguia parar de pensar se era isso mesmo que ele queria. Quanto a Sakura, ela não sabia bem ao certo o que o ano seguinte lhe reservava. Entretanto, não parecia estar com medo diante do incerto, o que só deixava Sasuke mais orgulhoso dela. Mais tarde, quando pensava sobre os planos de ambos, concluiu que Sakura era mais dona de seu próprio destino do que ele mesmo.
Apesar das gaiolas armadas pela praia, os guaxinins tinham conseguido cavar a areia por debaixo do arame e destruir seis ninhos. Assim que Sakura soube do ocorrido, insistiu que se revezassem para cuidar do ninho que ficava nos fundos da sua casa. Não era preciso que os dois ficassem lá a noite toda, porém passavam quase todas as noites abraçados, beijando-se e conversando tranquilamente até muito depois da meia-noite.
Obviamente, Suigetsu não conseguia entender nada. Mais de uma vez, Sasuke havia chegado atrasado ao treino e ele estava andando de um lado para o outro agitadamente, perguntando-se o que tinha acontecido. No trabalho, nos raros momentos em que Suigetsu quis saber como estavam as coisas com Sakura, Sasuke não disse muita coisa – sabia que Suigetsu não estava realmente interessado, ele fazia de tudo para manter Sasuke concentrado no campeonato que estava se aproximando, com esperanças de que ele cairia na real, ou fingiria que Sakura não existia.
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A última música - SasuSaku
Novela Juvenil+18 | 🌸🍅 Aos 17 anos, Sakura Haruno, vê sua vida virar de cabeça para baixo quando seus pais se divorciam e seu pai decide morar na praia de Sunagakure. Três anos depois, ela continua magoada e distante dos pais, particularmente do pai. Entretanto...