Capitulo 14 - Itachi Uchiha

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A praia estendia-se por muitos quilômetros, separada de Wilmington por uma ponte pela Intracoastal Waterway. É claro que havia mudado muito desde que Sasuke era pequeno – tornando-se mais congestionada durante o verão, com pequenos bangalôs como o que o pai de Sakura morava, sendo substituídos por mansões imponentes de frente para o mar -, mas ele ainda amava o mar à noite. Quando era criança, costumava vir de bicicleta à praia, na esperança de ver algo interessante, e raramente se desapontava. Já tinha visto grandes tubarões serem trazidos para a praia, castelos de areia tão cheios de detalhes que poderiam ter ganho qualquer concurso nacional, e até mesmo uma baleia flutuando pela água, depois da rebentação, uma vez.

Não havia ninguém na praia hoje e, ao passearem descalços pela praia, percebeu que Sakura era a garota com quem gostaria de enfrentar o futuro.

Sabia que era jovem demais para pensar nessas coisas e não tinha ilusão de se casar, porém, sem saber por quê, sentia que, se encontrasse Sakura em dez anos, ela seria a pessoa ideal para ele. Sabia que Suigetsu não seria capaz de entender isso – ele era incapaz de imaginar um futuro que fosse além de uma semana -, mas Suigetsu não era diferente da maioria de seus colegas. Era como se a mente dos dois percorresse caminhos diferentes: ele não estava interessado em namoricos, não queria seduzir ninguém só para exibir seus talentos de conquistador, não estava interessado em jogar seu charme para conquistar uma garota e depois trocá-la por outra assim que uma nova conquista mais atraente aparecesse. Ele não era assim. Nunca seria assim. Quando conhecia uma garota, a primeira pergunta que fazia a si mesmo não era se ela servia para sair com ele algumas vezes; mas sim se ela era o tipo de pessoa com quem conseguiria se imaginar convivendo por um bom tempo.

Talvez, em parte, isso tivesse algo a ver com seus pais. Estavam casados há trinta anos, começaram do nada, como muitos casais, e, no decorrer dos anos, construíram a empresa e criaram os filhos. Durante todo esse tempo, deram provas de amarem um ao outro, comemorando suas vitórias e apoiando-se nos momentos difíceis. Sasuke havia crescido com a certeza de que seus pais eram uma dupla, e acabou aprendendo essa lição.

Era fácil acreditar que ele havia passado dois anos com a Shion porque ela era rica e bonita, e, embora estivesse mentindo se dissesse que sua beleza era irrelevante, era menos importante do que as qualidades que pensou ter visto nela. Ela costumava ouvi-lo assim como ele a ouvia; ele acreditava ser possível contar tudo a ela e vice-versa, entretanto, com o passar do tempo, decepcionou-se cada vez mais com ela, especialmente, quando ela admitiu toda chorosa ter dormido com quase todo o time da faculdade em uma festa. Depois disso, as coisas nunca mais foram as mesmas. Não porque ele se preocupasse que ela fosse fazer a mesma idiotice novamente, mas, de alguma forma, o "incidente" havia ajudado a cristalizar seus pensamentos em relação ao que ele realmente queria das pessoas mais próximas. Começou a prestar mais atenção na forma como ela tratava as outras pessoas, e não tinha certeza se gostava do que via. E a sua tendência a fofocas constantes – algo que antes parecia inofensivo - começaram a incomodá-lo, assim como o fato de ter de esperar tantas horas por ela enquanto se arrumava para saírem à noite. Não se sentiu culpado quando finalmente conseguiu terminar com Shion. Sabia quem era e o que era importante para ele e não via nenhum reflexo disso nela. Percebeu que era melhor terminar o relacionamento antes que a situação ficasse ainda mais difícil.

Sua irmã, Kiyomi, pensava como ele. Bonita e inteligente, intimidava a maioria dos rapazes com quem saía. Por muito tempo, ficava com um atrás do outro, mas não por ser inconstante ou por vaidade. Quando ele a questionava por não se firmar com ninguém, a resposta dela era bem objetiva: "Há garotos que crescem achando que vão se firmar em um futuro distante, e há outros que estão prontos para se casar assim que conhecem a pessoa certa. Os primeiros me deixam entediada, principalmente porque são patéticos; e os outros, francamente, não são fáceis de encontrar. Mas é nos sérios que estou interessada, só que leva tempo para encontrar alguém assim, e por quem eu também me interesse. Quer dizer, se a relação não consegue sobreviver no longo prazo, por que é que vou investir meu tempo e minha energia em algo que não vai durar?".

A última música - SasuSakuOnde histórias criam vida. Descubra agora