15. Uma dança de reconciliação?

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Com Hardin...

Olho para Amélia e noto que ela também me olha, solto um suspiro pesado me levantando.

Todos nós fizemos o que minha tataravó Carla instruiu e fomos para a pista de dança fazendo duas filas de frente para a outra, a minha companhia é a Vitória, a música começa e demos sete passos indo de encontro com nossos pares, pegamos na mão um do outro e fizemos tipo uma reverência.

Vitória coloca a sua mão esquerda em meu ombro, pego a mão que estava livre, começamos a dançar de acordo com a música e as vezes girávamos nossos corpos ou virávamos nossos rostos. A giro para trocar de par como a dança pede, ela vai para meu irmão Lucas.

Em um segundo sinto meu corpo inteiro se arrepiar e o meu coração acelerar ao sentir o cheiro do perfume de alguém que eu conheço bem, um cheiro doce, porém marcante invade minhas narinas.

Seu rosto faltou pouco para grudar no meu por causa do giro de seu acompanhante. Nossos corpos estão colados e ela levanta o olhar para olhar em meus olhos.

Suas mãos deslizam pelo meu pescoço e pelas minhas costas, me causando uma onda de eletricidade pelo meu corpo.

Amélia- Hardin... –Sussurro olhando em seus olhos-

Puta que pariu isso é covardia comigo.

Hardin- Em carne e osso –Solto uma piscadela para ela-

Nos afastamos um pouco um do outro, Amélia coloca sua mão em meu ombro e a outra entrelaça com a minha, viramos nossos rostos e erguemos nossos braços começando a dançar.

Minha visão está um pouco embaçada.

A giro e ela desliza um pouco o corpo para trás apoiando sua cabeça em minha mão, ela passa as mãos pela sua cintura e eu a abraço por trás pegando em sua mão esquerda, minha outra mão vai para sua cintura e fomos nos locomovendo em passos lentos pelo salão, a giro novamente e ficamos na mesma posição de antes, mas um giro e apoio minhas mãos em sua cintura para que ela possa jogar o corpo para trás.

Assim que ela sobe de volta ao meu encontro noto um sorriso em seu rosto, um sorriso que erradia luz em qualquer lugar, um sorriso que me desmonta por inteiro só de olhar para ele.
Mano, meu corpo está muito trêmulo, parece uma gelatina.

Quando me dou conta já estou sorrindo junto com ela, essa mulher me tem na palma da sua mão e ela nem se quer imagina.
Dou um impulso com minhas mãos em sua cintura e meio que a tiro do chão.

Nossos olhares estão conectados e é como se não existisse nada e nem ninguém ao nosso redor, é como se fosse apenas nós dois dançando no nosso ritmo, a desço para o chão e pego em sua mão novamente, voltamos a nos locomover pelo salão dançando e eu a giro, ela desliza seu corpo para trás e ao subir nossos olhares se sincronizam de novo.

Seus olhos verdes esmeralda um pouco escuros me olhando de uma intensa, suas pálpebras estão trêmulas, o brilho dos seus olhos me hipnotiza, eu poderia ficar horas e horas apenas olhando para seus olhos.

Será que ela sente o mesmo quando olha para os meus olhos?

A ajudo a pegar impulso, ela levanta sua perna direita dando outra rodada, ela sobe de encontro a mim e coloca sua mão atrás do meu pescoço.

Meu coração está tão acelerado que com toda a certeza eu teria um infarto se não fosse imortal. Meu coração está parecendo um tambor agora e eu acho que o dela também está acelerado.

Nossos olhares nem se quer por um segundo deixaram de estar sincronizados, ela dá um último giro e prende sua perna em meu quadril e vai com o corpo até o chão.

Mano, eu sei que parece muita loucura, mas só de sentir a sua virilha próxima a minha região mais sensível, sinto algo ganhar um pouco de vida aqui embaixo.

Caralho, minhas mãos estão suadas, meu coração está muito acelerado, minha pupila está dilatada, estou sentindo um calor por todo o meu corpo que está trêmulo igual uma gelatina, minha respiração está começando a ficar irregular, estou com um tesão da porra também.

MEU DEUS O QUE A AMÉLIA TEM QUE ME DEIXA DE QUATRO POR ELA?

Ela sobe novamente e nossos rostos ficam a centímetros de distância, não resisto e desço meu olhar para a sua boca.

Então volta para ela, não aguento mais ouvir ela chorar pelos cantos, ela te ama, bocó, e está sentindo a sua falta”.

O que o Noah me disse mais cedo invade minha mente agora.

Levo minha mão direita que está trêmula até o seu rosto e ela solta um suspiro ao sentir meu toque, sorrio satisfeito com isso, aproximo meu rosto do seu e inclino um pouco meu rosto para o lado esquerdo.

Henry- Eu sabia –Falo olhando para o casal que está um pouco mais distante de nós-

Liz- Sabia o que, amor? –Olho para ele com curiosidade-

Henry- Sabia que essa dança faria eles voltarem –Respondo-

Amélia- Hardin... –Falo sentindo meu coração acelerar-

Hardin- Shiu –Peço silêncio-

Uno nossos lábios em um beijo lento, cheio de amor, desejo e saudade.

Eu não sabia que precisava tanto beijar a Amélia até beijar a Amélia.

“Com você é mais fácil, estar viva e viver”.

Coloco minha outra mão em seu rosto a puxando para mais perto de mim, ela pede permissão com a língua e eu obviamente cedo, nossas línguas estão em total sincronia, finalizamos o beijo com relutância e ficamos de testas coladas sorrindo um para o outro.

De repente ouvimos sons de palmas e olhamos ao redor, todos os convidados estavam batendo palmas para nós.

Hardin- O que acha de irmos para um lugar mais reservado? –Pergunto em seu ouvido-

Amélia- Só se for agora –Pego em sua mão-

Saímos da festa e subimos as escadas.

O diário de Hardin² -Um último desfecho Onde histórias criam vida. Descubra agora