Doze

1.5K 93 62
                                    

Acordo sentindo minha cabeça doer, e ouço o barulho das correntes, ele está aqui.
  Me levanto abruptamente e me ajeito na cama.
A porta se abre e o maldito cheiro que exala dele se acomoda no ambiente.

  _Que bom que já acordou, pensei que ia ter que te enforcar pra isso.

_Bem, pode tentar se quiser.

_Isso é um oferta muito interessante, no entanto tenho mais o que fazer.

_E eu mais com o que me preocupar.

Ele solta um sorriso de lado e eu me amaldiçoou por ter achado isso tão...atraente.

Ele não está de calça moletom hoje, e sendo sincera não é uma visão tão ruim, mas de qualquer forma a calça moletom é mais interessante...

_Ficar encarando o pau dos outros assim é falta de educação, sabia?

Abaixo meu olhar para minhas mãos e me xingo por ter sido flagrada encarando, bem eu não diria encarando, sinto meu rosto queimar.

_Não, eu não estava encarando o seu "pau"
Faço aspas com as mãos, não vou deixar ele ficar por cima.

_Não entendi o por quê das aspas.

Ele se aproxima, me fazendo levantar.

Sinto meu corpo inteiro se contorcer, e quase grito para que eu pare de ser tão idiota assim.

_Quer que eu lhe dê motivos para gritar?

_Tente, e aquela facada não vai ser o seu único hematoma.

Levanto minha cabeça, e o encaro, seus olhos me olham fixamente e sinto minhas pernas tremerem, seu sorriso medonho toma forma.
Enquanto me seguro para não socar essa maldita fuça.

_Venha logo, já estou atrasado.

O sigo, indo para a porta, vejo a chave bamba em seu cinto, e logo me posiciono para pegá-la, minha cabeça gira enquanto eu ando, seus passos estão à minha frente enquanto eu analiso as chaves, quase hipnotizada com a oportunidade de poder sair daqui.

Caminho devagar até ele, e quando ele para abruptamente passo a mão pela chave, tão rapidamente que até eu desconheço de como eu consegui fazer isso.
Subimos as escadas e quando ele vai até o balcão ele joga uma maçã em mim.

Me lembro da chave em minha mão e que qualquer movimento ou barulho não calculado pode acabar com a possibilidade de eu fugir desse lugar.
Deixo a maçã cair.
Ele faz uma careta de desdém.

_Bom, eu vou sair, e quando voltar quero essa casa limpa.

Aceno com a cabeça, meu peito está martelando de ansiedade.
Só quero dizer para ele sumir o mais rápido possível daqui, mas aí paro para pensar, está muito fácil, ou eu estou paranóica?

_Coma o que quiser, desde que limpe depois.

_Certo, eu agradeço.

_Incrível como você não disse o quanto me odeia hoje.

_Ainda não tive essa oportunidade.

_Ora, é uma pena.

Suma logo daqui eu quero dizer, mas não digo seguro minha língua para que eu consiga sair desse inferno.

Assim que ele se vira para sair, passo a mão pelo balcão, deixando a chave embaixo só pano que está ali.
E me certifico de que ele não tenha visto.

Ele abre a porta e ouço as correntes, os cadeados e novamente tudo sendo trancados, mas a chave ainda continua encima do balcão.
Minha ansiedade me corrói a cada segundo que passa, esperando que já tenha dado tempo suficiente para que eu possa sair daqui.

A mulher de Jeff The KillerOnde histórias criam vida. Descubra agora