DEZESSEIS

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Eu entro no banheiro, enquanto me pergunto se o que eu fiz está realmente certo.
Quer dizer, eu queria isso, eu quero isso, mas eu não posso me manter presa aqui, só porque isso aconteceu eu não posso não tentar escapar.
Eu ainda vou fugir daqui, e vou esquecer dele, e de todas essas memórias da gente junto.

No mesmo instante em que ligo o chuveiro, sinto o cheiro dele, e minhas pernas ficam fraca novamente, é tudo questão de sensações, tudo que eu sinto por ele vêm de quando ele era pequeno, então eu tenho que me afastar dessas memórias.

Ou não, ou eu simplesmente fingo que nada disso aconteceu.
É isso, eu vou fingir que nada disso aconteceu.

Quando olho para os produtos de cabelo, vejo que ele colocou novos, há outra escova de cabelo, mais nova, meus olhos percorrem o cômodo enquanto eu tomo banho, a incrível sensação da água caindo é incrível.
Quando você fica dias sem tomar banho, você aprende a dar valor nessas pequenas coisas.

Quando finalmente saio do banheiro, sinto o cheiro de alho sendo frito, começo a descer às escadas de toalha, eu preciso de uma roupa.
Quando o vejo, ele está de calça moletom e sem camisa, isso acaba comigo puta que pariu.

Meus olhos percorrem suas costas e não deixo de me lembrar de alguns momentos atrás, em que ele estava dentro de mim... repreendo essas lembranças imediatamente, porque isso não vai acontecer novamente.
Eu acho...

Mas assim que o seu olhar encontra o meu, minhas pernas ficam fracas, meu peito sobe e desce descontroladamente, e isso tudo é o efeito em que esse fudido causa em mim.

_Ora, Ella, meu amor não fique aí parada.

_Eu só quero saber onde estão as roupas.

_Pegue qualquer uma no meu guarda-roupa.

Assim que estou prestes a voltar a subir às escadas eu ouço sua voz.

_Mas, se quiser ficar sem, seria excelente, pouparia nosso trabalho de perder tempo se livrando delas.

Meu rosto queima de vergonha, pego uma bolinha de madeira solta da escada e arremesso nele.

o ouço xingar baixinho quando a bolinha acerta próximo ao seu umbigo, um pouco mais para baixo e acertaria um lugar bem sensível.

_Se essa bola acertasse meu pau, eu juro que você seria fudida aqui, agora.

_Adoraria que tivesse outra coisa para jogar em você.

_Adoraria que se jogasse em mim, querida.

_Nem em seus sonhos.

_Vem aqui um pouquinho, coelhinha

Pra ele me agarrar lá? Nem fudendo.

_Eu não, passar bem.

Subo as escadas, e quando o vejo vir em minha direção eu corro para o quarto e tranco a porta, talvez a minha reação tenha sido um pouco exagerada, mas ele mereceu.
Eu adoraria se tivesse pego em outro lugar, só para ele aprender.

Solto uma risada enquanto procuro alguma roupa dele que não esteja manchada de sangue, quem em sã consciência compra roupas brancas, sabendo que vai manchar elas de sangue?

Acabo optando por uma com pequenas manchas, mas isso não me importa muito.

Quando saio do quarto, olhando atentamente antes, se ele ainda está lá em baixo, o vejo conversar com alguém na porta.

Desço as escadas correndo, para pedir ajuda, mas ao ver Débora eu reviro os olhos, e meu brilho desaparece.
O pior é que essa fudida tem o nome da minha falecida mãe.

A mulher de Jeff The KillerOnde histórias criam vida. Descubra agora