vinte e três

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_Pra sua informação não vou transar com você.

Estamos no carro, meu sorriso está aberto, sei do poder que tenho sobre ele.
  Um rosnado baixo ecoa, me fazendo delirar, contraditório...eu digo não, mas meu corpo diz infinitos sim.

Nenhuma palavra, a única coisa que eu vejo nele é um sorriso sarcástico, e um olhar penetrante na estrada, mas o efeito do pequeno som que ele emitiu já serviu de gás para todo o meu corpo.

_Está certa de sua escolha?

Finalmente ouço, meu corpo gela, e minha mente não consegue parar de lembrar de todas as vezes em que o senti em mim.
Minha perna se fecha rapidamente, cruzando-as. Suas mãos vão até minha coxa.
Seu toque me dá calafrios, me faz me contorcer, eu poderia dizer que é medo, porém tá mais para tesão.

Fecho os olhos enquanto tento me manter firme com a voz, seus dedos sobem e descem, brincando pela minha coxa e me trazendo milhões de sensações.

_Não... não estou.

_Que bom, tenho trinta minutos para fazer o que eu quiser com vc, não é?

_Vai me cobrar só por ter feito comida para mim?

_Se eu me lembro bem, meu amor, eu não comi.

_E o que isso tem a ver?

_Ora, não é óbvio? Minha comida é você.

Engulo em seco, não quero dar... quer dizer, o único lugar que ele não tocou, então será que ele vai ter curiosidades com isso?

Nunca mais, repito NUNCA mais, irei prometer tempo a troca de algo.
Se eu tomar no cu, literalmente, eu mato ele.

_Uma pergunta...

_Sim, coelhinha?

_O que vc vai fazer... comigo?

O carro freia, chegamos, meu corpo se arrepia, olho para a mata e penso na possibilidade de correr para dentro dela e sumir de vista. Não me é uma má ideia.

Ele desde do carro com um sorriso sarcástico, meus olhos se arregalam.

_Quer mesmo saber? Acho que poderá te assustar.

_Me assustar? Eu durmo com você, meu amor.
_Se lembra que disse que quando crescesse, eu não iria ter medo de mais nada?

Ele abre a porta do carro, enquanto eu desço com as sacolas.

_Me lembro, sim, mas acho que você se esqueceu que estou se referindo a mim.
_Mas fique tranquila, não vou mexer onde o sol não toca, por enquanto, precisaria de mais de 30 minutos para isso. Ele pisca para mim enquanto anda até mim.

O olho perplexa, enquanto ele pega as sacolas e ouço as gargalhadas.
Como ele sabe o que eu estava pensando? Eu o odeio por me deixar constrangida.
Ainda vou matar ele.

Entro em casa, é estranho considerar o meu cativeiro como uma casa, mas eu não o considero mais como um cativeiro, mas sim como a minha casa.
Se a eu do passado visse isso...

Escuto a porta sendo trancada, e ele se vira para mim.
Engulo em seco.

_Sabe qual a minha droga preferida?

Ele se aproxima perguntando, arqueio as sobrancelhas, até porque nunca o vi usando nada.
Faço que não com a cabeça, dando passos para trás até ser parada pela parede.
O sorriso dele aumenta cada vez mais.

Sua mão pega em minha nuca, e eu coloco a mão por cima da sua, seus olhos me fitam com o mesmo brilho de sempre, com um tom de ternura.

_Não, não sei.

A mulher de Jeff The KillerOnde histórias criam vida. Descubra agora