A mulher de Jeff The Killer

Nove

Acordo sentindo minha cabeça girar,e me lembro de tudo que descobri, Jeff o garotinho com quem eu falava que iria casar, agora me mantém presa dentro de um maldito porão com um maldito cheiro de sangue, e me dá comida, água e roupas quando acha necessário.

  Maldito desgraçado, me lembro do que ele disse.
"Quando for fingir que está dormindo não se esqueça de não fazer barulho" ou algo assim.

Eu queria gritar com esse merdinha, dizer o que ele fez com aquele garotinho, mandar ele trazer ele de volta.
Mas não posso, não estou em condições nenhuma de falar algo.
  Será que ele sabe quem sou eu?
Será que ele está me mantendo aqui porque se lembra?
Merda, merda, merda
Eu não posso mais chorar, desde que vim para cá, já venho quebrado a minha promessa.

Não quero olhar para aquela fuça costurada dele, não quero escutar aquela maldita voz que me causa arrepios, não quero sentir aquele maldito toque que me deixa sem ar, não quero ouvir nem mesmo a sua respiração.

Como se fosse o karma se virando contra mim, consigo ouvir seus passos descendo às escadas.
  Mas que merda.
Ouço as correntes, depois a tranca e por fim a porta.

Me viro para a parede, não suporto mais olhar em seu rosto.

_Vejamos, olha só quem está acordada.

Não faço a mínima questão de me mover.

_Está com fome?

Não, imagina, estou a não sei quanto tempo sem comer, e não estou com fome.
Burro, idiota, maldito desgraçado.
Respondo em minha mente, já que ainda tenho a esperança de continuar viva.

_Eu já falei que odeio ser deixado no vácuo?

E eu já disse o quanto te odeio?

Ouço seus passos lentos vindo até mim.
Meu coração acelera, e minhas mãos começam a suar.
Fecho os olhos e tento conter minha respiração.

Sinto sua respiração em minha nuca e meu corpo todo se arrepia.
Que porra ele pensa que está fazendo?
Não falo nada, não me movo um centímetro.

_Se quer fazer voto de silêncio, deveria se tornar um monge, coelhinha.

Sinto meus cabelos sendo puxados para trás, com força, e sou obrigada a olhar em seus olhos.
Solto um pequeno gemido de dor.

_Acho que você precisa entender quem é que manda aqui.

Sinto a ponta de um pequeno canivete na curva de minhas costas.
Cogito em xingar ele de todas as maneiras possíveis, mas ainda me lembro que tenho algo que pode me matar em minhas costas.

_Vou mesmo ter que te fazer gritar de dor?

Não respondo apenas fecho os olhos com força, como se isso fosse resolver.

Sinto algo perfurando superficialmente minha pele, mas suficiente para que eu sinta dor.

Dou um grito e começo a querer me desvencilhar dele.

Sua mão puxar novamente meu cabelo para trás, me obrigando a sentir a respiração quente em minha nuca.

_Olhe só para você, podíamos estar gritando de prazer agora, e não de de dor.

Maldito, filho da puta.

Sinto meu corpo todo se retorcendo, e isso não me parece ruim.
Sinto o sangue escorrer em minhas costas.
E ele finalmente me solta.

_Trouxe água e comida.

Ouço os passos dele indo embora, ouço as correntes, e finalmente os passos dele subindo as escadas.