Quando o vejo olhando pela escada, sorrindo de orelha a orelha, suspiro, relaxando.
Eu estava com uma panela em mãos e um pouco de sangue escorria dela, ele desce as escadas com as mãos nos bolsos e seus olhos brilham.
_O que foi?
Pergunto, minhas mãos não tremem tanto dessa vez, mas talvez eu tenha batido um pouco forte demais. O sangue escorre da cabeça de um deles.
_Eu já fiz o básico, agora por favor, leve-os para baixo, e me deixe limpar aqui.
Falo como se fosse o óbvio.
Ele vem até mim, e antes que eu possa ao menos me virar ele me beija.
E eu solto a panela no chão, e enrosco meus braços em sua nuca, sei que o que eu fiz foi errado, mas é divertido, ele tem razão.
Quando eu matei aquela garota, minha mente reagiu de uma forma, mas o meu corpo de outra, eu estava me torturando por ter gostado.
Mas eu não preciso me torturar por isso, eu posso deixar as coisas acontecerem, eu já me perdi mesmo.
Eu já me entreguei a ele, e a minha razão diz que é nele que eu devo me perder, é no abismo dos seus olhos e na inebriante sensação de estar em seus braços.
Então eu calo a maldita voz, e me deixo levar por isso, mas não quer dizer que eu não tente matá-lo, muito menos que não irei fugir, porque eu farei.
Ele está sorrindo, e eu amo o sorriso dele, ele se afasta de mim enquanto analisa os ferimentos, eu os apaguei, com paneladas, na cabeça.
_Coelhinha, você realmente consegue me surpreender.
_Não se acostume, eu apenas facilitei o seu trabalho.
_Bom, esse não é nem o começo do meu trabalho, eu vou descer, e quero você lá em baixo também.
_Não quero ver você matá-los.
Minto, eu quero e muito, mas nada impediria ele de querer me matar também.
_Mas acredite, você vai.
Quero dizer que não, quero refutar a fala dele.
_Não pode me obrigar a isso.
Mas quando chega próximo de mim,eu tenho que me segurar para não cair, a simples presença dele, já me deixa completamente fraca.
_Venha.
_Agora.
Eu ainda não morri, mas parece que vou, só pelo simples tom de voz que ele impôs.
Ele desce as escadas com dois dos corpos desacordados, e quando volta para buscar o último eu já estou terminando de limpar as gotas de sangue.
Ele pega o último corpo, e me olha.
Eu entendo, e vou em direção às escadas.
A partir de agora, eu já não tenho mais certeza de nada na minha vida, mas eu não acho ruim.
Afinal, eu sou Ella, e ele é o meu psicopata.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A mulher de Jeff The Killer
Roman d'amour"O silêncio naquele sótão me fez refletir e imaginar inúmeras formas de escapar, mas eu não queria, eu não podia, era isso, eu estava apaixonada por um assassino psicopata" Ella Méndez, uma garota órfã que não tem ninguém, uma garota que desde nova...
