Dez

1.5K 95 146
                                    

Falo para ele, eu sou, mas não quero que ele saiba, a verdade é que se ele for quem eu acho que ele é, era para ser com ele.
  E os caras sempre sumiam, nunca mais voltavam.

Ele chega mais perto, e sinto o líquido quente escorrendo pela faca, ele é louco? Meu deus a faca tá literalmente cortando esse maldito.

_Eu não estou brincando, saia de perto de mim.

Saia de perto de mim com esse cheiro que me deixa fraca.

_É só dizer sim ou não, não há dificuldade nisso coelhinha.

_Mas eu não quero responder.

_Mas eu quero que você responda.

_Querer não é poder, já ouviu algo assim?

_Deixe me mudar a proposta, ou você me responde, ou eu mesmo terei que descobrir.

Congelo, não sei o que dizer, o que ele quis dizer com descobrir?

Resolvo mentir.

_Não, eu não sou.

Seu sorriso some, e ele arqueia as sombrancelhas.

_Tem certeza?

_Saia de perto de mim.

Ele pega a faca com a mão, e eu vejo o sangue escorrendo para dentro da calça moletom, manchando ela, desço o olhar, mas logo em seguida me repreendo por isso.

_Mentira, você está mentindo.

_Como pode ter certeza?

_Eu tenho, basta ver como seu corpo reage.

Maldito, filho da mãe.

_É uma pena que tenha sujado o chão.

Olho para baixo e há umas gotas de sangue ali, me viro para pegar o pano mas ele está logo atrás de mim, resolvo provocar também, não é justo que só esse maldito me provoque.
Inclino um pouco demais na hora de pegar o pano do pequeno cesto no chão.

_Essa cena é incrivelmente maravilhosa.

_Cale a boca

_É melhor você vir calar, eu prefiro.

_Se não tivesse tirado essa faca de mim, você já estaria calado.

Me viro em sua direção e me ajoelho, olho em seus olhos e desço meu olhar devagar para o abdômen, mais um pouco e me volto para o chão com um sorriso no rosto.
Acho que deu certo, eu li algo sobre isso alguma vez.

_Continue com o que está fazendo, é incrivelmente bom.

_Limpando o chão?

Me faço de sonsa.

_Não, me fazendo ficar de pau duro.

Sinto meu rosto queimar de vergonha.

_Sinto muito, isso não é problema meu.

_Passa a ser quando você faz de propósito.

_E quem disse que eu fiz de propósito?

Eu fiz de propósito, mas ele não precisa saber.
Termino o chão e me levanto de novo, passo uma água no pano.

_Eu disse, e a minha palavra vale muito.

_Vale para quem? Porque para mim não faz diferença nenhuma.

_Não me provoque.

_Não me subestime.

_Ou o que?

_Ou eu te mato, fujo e quem sai perdendo é você.

A mulher de Jeff The KillerOnde histórias criam vida. Descubra agora