Epilogue:

756 81 129
                                    

A.M:

- Padrinho, eu posso tentar algo? - A voz infantil alcançou meus ouvidos me fazendo sorrir.

Era minha décima quinta sessão de treino com a ruivinha, e desde então a mesma já de certa forma, evoluído no quisito se controlar, ela até mesmo estava mais confiante com seu poder.

Algo magnífico pra uma criança.

- Claro, querida.

Minha confirmação ao seu pedido, foi tudo o que a pequena ruiva precisou para andar até a grama do jardim - A poucos metros de nós, onde Klaus e Hayley nos observavam ao longe. - se abaixando ali. Inclinei a cabeça pro lado andando até a Mikaelson e me ajoelhei ao seu lado, vendo que os grandes olhos azuis da ruiva fitarem uma borboleta de asas negras de forma fixa.

Sorri finalmente entendendo o propósito da criança, minha afilhada - Após alguns dias do nascimento da filha, Hayley e Klaus logo me nomearam padrinho da ruiva. - queria restaurar a asa quebrado daquele inseto. Ela queria curá-lo.

- Você acha que consegue? - Perguntei a ruivinha que acenou com a cabeça, meu sorriso agora orgulhoso, cresceu. - Bom.. O faça então.

Ignorei os murmurios curiosos de Klaus e Hayley a um metro de nós, a dupla saberia do feito de Hope mais tarde, quando de preferência a Mikaelson não pudesse ouvir. Eu sabia que se ela conseguisse restaurar aquele animal, Freya iria insistir na ideia de colocar uma pulseira na ruiva que iria prender seus poderes.

E isso nos levaria a uma longa discussão onde eu negaria sua sugestão falando que estava treinando Hope para que ela aprendesse a controlar seus poderes, não à temer a eles. Ou escondê-los. Hope era uma Mikaelson, ela não deveria temer aquilo que a fazia ser especial. Se ela o fizesse, viveria em um abismo profundo de medo e de possibilidades que no futuro talvez a levassem a odiar a família por ser quem ela era.

E eu não queria isso.

Hope era uma rainha. A princesa dos olhos do meu companheiro, eu não queria que ela temesse a si própria, mas sim se amasse. E ensiná-la a se controlar era o primeiro passo para que a ruiva estivesse confortável com quem era no futuro.

- Pode me instruir? - Minha afilhada perguntou, me tirando dos meus pensamentos. Assenti.

- Pegue a borboleta com as duas mãos com toda a sua delicadeza e depois as feche em formato de concha. - Dei uma pausa vendo a mesma fazer o que eu pedia. - Isso! Agora feche os olhos. E a imagine curada, voando livre pelos céus. Magia é algo símbolico, lobinha. Se você conseguir visualizar o que quer, isso irá consequentemente se materializar em algo real. Seu poder não tem limites, você os faz. Sempre lembre disso.

E então com um passe de mágica, uma energia poderosa nos cercou tornando o ar gélido e revolto, para em cerca de segundos depois Hope finalmente abrir as mãos, revelando a borboleta negra que agora tinha as asas curadas.

O céu não tinha mais um limite para aquela criatura agora.

- Eu consegui... - A criança sussurou me fitando alegremente.

Abri os braços, recebendo seu pequeno porte físico em um abraço carinhoso e orgulhoso. Uma recompensa pelo seu sucesso e por suas tentativas falhas de antes. "O importante é tentar" era a frase essencial para nossos treinos dessem certos. Sejam fracassados ou bem-sucedidos.

- Parabéns, mini-loba. O que acha de um pedaço de bolo pra comemorarmos?

- Com chocolate?

Heir of death - Klaus MikaelsonOnde histórias criam vida. Descubra agora