23. Esqueça-me se puderes 2.2

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            Olhou para a bancada mais uma vez sem poder acreditar. Nada havia ali. Durante quatro meses essa era sua única lembrança, era o que o fazia erguer-se de manhã e continuar. Olhar aquela aliança era sua primeira esperança de dia e a última de noite. Mas agora ela já não mais existe.  Tay dessa vez foi longe demais...

          Saiu pela casa aos berros.

          -  Tuf, Tay veio aqui hoje?

          -   Não senhor.

           -  Tem? Tankhun?  Rupert? Time?

           Cada nome recebeu uma negativa nervosa do caseiro. Menos o nome de seu amado.

            - Senhor Tuf,  diga-me:  Time veio aqui?

            O homem apertou a beirada da jaqueta do uniforme. Chegou a hora que ele temia. Teria que escolher um lado na briga dos dois maridos. E qualquer um que escolhesse lhe garantiria alguns anos mais de desemprego,  afinal nem era mais jovem.

          Jon teve um segundo de consciência objetiva.

           -   Tuf, se eu pergunto e você responde, você trai o Time, correto?

           O homem não reagiu.

            -  Está bem. Vamos fazer diferente. Time se despediu de vocês antes de viajar?

             Nenhuma resposta.

           -  Time trouxe presentes para vocês?

             -   Ele é um homem bom, doutor. Nós gostamos muito do seu marido.

              -   Viu? Você não falou que ele veio. Mas eu tenho minha resposta. Fácil.

           Tuf não entendeu o sorriso do chefe. O outro pediu que não dissesse nada. E ele não disse... Ou ele disse?

            Jon saiu de novo,  na mesma pressa que chegou, tão logo checou os horários para Phuket.

             O trânsito do final da tarde  e início da noite estava horroroso.  Parece que toda Bangcoc estava a caminho do aeroporto e isso complicava tudo. A viagem demorou mais que o esperado. O coração  aflito no peito.

           Time não pode esquecê-lo.

           Estacionar sem ter um acesso de raiva foi outro martírio.  Seguiu para os embarques domésticos tropeçando em todos.

          Ouviu o chamado para Chiang Mai. Viu na tela o horário do vôo para Phuket. Já deviam estar chamanfo. Correu mais rápido ainda.

           Sala de embarque. Nada de Tankhun. Seria o primeiro a ser visto,  o se pavão é mais alto que a média e ainda sempre está vestido para uma festa. Ele veria logo,  afinal, até de luto Ram é espalhafatoso. Rupert não fica atrás. Nenhum dos dois. Tem e sua altura.  Nada. Tay e seu cabelo colorido.  Nada também. Joon Boom vindo em sua direção. A sogra! A sogra viria despedir do filho. Nada...O sogro. Second, o cunhado ama Time e aproveita todas as oportunidades de estar com ele. Nada. Nem mesmo os estúpidos irmãos menores de Time...

            Sobrou a única verdade. Time já tinha partido. Ele tinha chegado tarde. Mas ele nãobia desembarcar e entrarem uma máquina desmemoriadora! Não é desenho animado ou filme de terror. Precisam de uma bateria de exames. Pronto! Decidiu. Ainda dá tempo.

            Os Songtan possui centenas de hospitais.  Ele precisa ir para casa e fazer uma mala.  Não. Compra roupa em Phuket. Foi procurar passagem,  já  ligando para a sogra.

My Bitter Poison     #JonTimeOnde histórias criam vida. Descubra agora