24. Felizes

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         Três anos!

         Eles estavam casados há três anos. Enquanto via o fotógrafo fazer as fotos, ele brincava com a aliança em seu dedo.

         Time olha para a secretária de Jon sentada na sala de  casa. A mulher, amamenta o filho deles, feliz. Ela geralmente tira o leite e deixa guardado. Mas hoje Time quis registrar esse momento.  Quando o filho crescer vai saber que mesmo ela só emprestando o útero, fez parte de sua vida por esses cinco meses. Mesmo não tendo amor de mãe por ele, ela se doou para que ele viesse ao mundo e fosse muito amado.

        Eles tentaram a adoção, mas para o sistema  a condição   de Time era um contratempo intransponível, por isso,  nem ele,  nem Jon puderam completar o processo. Os assistentes sociais,  advogados e juízes não conseguiam autorizar a adoção sem algum medo, afinal, um dos adultos da casa tem uma amnésia parcial.

           Uma gravidez por barriga solidária foi a opção mais segura. Infelizmente a primeira gestação foi interrompida aos cinco meses e os dois quase desistiram,  mas a amiga insistiu e a segunda gravidez chegou ao fim com sucesso.

         O filho é uma criança esperta e já acompanha os movimentos dos pais. Jon e Time estão felizes com o nascimento do rebento e ele é uma criança amada. Cheio de tios e de primos. Joon Boom e Venice se sentem os primogênitos e acreditam que devem proteger Nuea com toda a sua alegria. Se Vegas e Jon não tomam cuidado, os garotos raptam Nuea e Syn Sun e levam até para a lanchonete.

         Kinn e Porsche se acham os dono da  criança  e Tankhun nem parece já ter três  filhos,  pois é outro sempre pronto a levar o menino.

         O garoto ama a bagunça dessa família e enfrentar uma segunda-feira  pós casa dos Theerapanyakul é sempre desgastante porque ele quer ficar no colo o tempo todo. Second tornou-se um tio muito mais presente do que foi irmão e desde que dispensou Tawan e assumiu sua relação com q1Rupert tem sido muito mais afável.

           As memórias de Time se reorganizaram. Todas as falsas memórias se apagaram  e ele aceita as poucas memórias da vida adulta. A infância cristalizou usando o sequestro como marco. Ele lembra de tudo o que viveu até o fatídico dia. As agressões e saída do cativeiro e o retorno do tratamento.  Mas dali até o dia do acidente, quase  tudo se apagou. As memórias desse tempo é baseado em sentimentos e ele ouve histórias sobre o que viveu, mas não tenta recordar mais.  As novas relações com o pai e a madrasta,  com Second e Jon. Tudo se baseiam em sensações anteriores e memórias reais. Nunca mais ele imaginou outro universo. Está satisfeito com o que tem. 

         Nuea faz parte desse universo. O filho é parte de seu futuro. Ele e Jon estão comprometidos em ser bons pais para esse ser sapeca que os olha como se eles fossem eternos.

         -  Time, depois envia algumas fotos de seu filho para mim. Ele está cada dia mais lindo. Se soubesse que você fazia filho lindo assim,  tinha roubado você do meu chefe!

        Time riu. Ela não teria chance.  Ele é de Jon e Jon é dele.

         Com o fim da sessão de fotos, ela se foi e ele limpa o filho. Ambos vão para o escritório. Quando não tem reunião  ou sua presença é facultativa,  ele leva o filho para o trabalho.  A criança que já senta com certa habilidade,  gosta do entra e sai da sala do pai. Trânsito interno que aumenta por causa de sua presença. O pequeno  se diverte com cada adulto que surge diante de seus olhinhos apertados. 

          Ele lembra do Pediatra dizendo, meses  atrás, que criança daquela idade não sorria, apenas refletia as expressões dos adultos. Quase deu na cara do homem,  mas Nuea, diferente dele e de Jon, puxou o estetoscópio do médico e esboçou seu melhor sorriso gengival, encantando o tal hmx.

My Bitter Poison     #JonTimeOnde histórias criam vida. Descubra agora