4 - Bem-vindo ao inferno - 1-2 🔞 #JonTime

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"Ninguém se ilumina imaginando figuras de luz,
mas se conscientizando
da escuridão"
(Carl Gustav Jung)

          Todas as vezes que Time ligou, Jon desligou ou nem atendeu. Desde o dia que eles tinham se encontrado no condomínio de Tem que eles não se falam. As duas vezes que se cruzaram, Jon sequer notou a existência de Time. Ele não entende essa necessidade de rever o homem que aprisionou sua alma

           Pior que agora ele sabe que mesmo que tenha ferido Tay quase de morte, nunca teve dele essa dependência que agora tem em relação a Jon. Ele precisa de se libertar, mas tudo o que tentou não deu certo. Ele não consegue mais ficar com ninguém, o rosto, o beijo, o cheiro e o gosto de Jon não sai dele.

          Ou ele encontra Jon ou ele enlouquece. O plano é descobrir quando ele vai ver Joon Boom e fingir se aproximar da criança. Quem sabe parar o carro perto da casa de Tay, já que os três agora moram ali. Ou esperar perto da escola. O plano é se aproximar quando não vir o guarda-costas porque quando Jon está junto do menino, o homem não está em lugar nenhum.

         A oportunidade esperada aconteceu. Time seguiu o carro de Tay. Viu o menino sair e entrar na escola. Então ficou por ali. Por seus cálculos Jon viria em duas horas. De repente ele se sentiu revoltado. O que estava fazendo? Tocou o volante com violência e chegou a ligar o carro para sair dali. Mas a coragem lhe faltou. Lembrou-se de sua última tentativa de desistir dessa coisa absurda com Jon.

(•••)

           O rapaz que encontrou era perfeito. Lindo, gentil, fofo, um bibelô. Pernas roliças, abdômen bonito e sem marcas, a boca era um sonho e os olhos poesia, mas o beijo era um toque de colibri. As carícias pétalas soltas ao vento. O perfume de lavanda ou era patchouly o irritou. O homem era tão infantil que Time desistiu dele e, pela primeira vez quando desculpou-se usando a mea-culpa, era verdadeira a frase: "A culpa é minha, não é você. " Mas dessa vez a culpa nem era dele. Era de Jon que se intrometeu na sua vida e não sai mais de sua cabeça.

(•••)

         Chorou de ódio e até bateu a cabeça no volante revoltado.

         Precisava ver Jon uma única vez e isso ia acabar. Chorou sua revolta até cansar e adormecer exausto.

         - Droga, Time! De novo? O que você quer com meu sobrinho? Eu não falei para não chegar perto dele, seu imbecil.

        Time despertou com a fala violenta do homem tormenta. Tudo o que planejou dizer envolto em lamas, cada palavra irreconhecível em sua mente. A boca e a alma mudas diante de um jovem possesso.

        Tinha sido uma péssima ideia. E não falar, magnetizado pela presença do outro era ainda pior.

        Time viu a hora no visor do carro apenas porque estava em sua frente e percebeu que era tarde.

        - Onde está Joon? Você deixou ele sozinho? - Não soube como conseguiu construir a frase. Mas se preocupou com a criança.

        - Não, seu imbecil. Levei ele para casa. Foi Tay que me disse que alguém o seguiu. Soube que só podia ser você e que ódio! Como você é tão óbvio? O que quer ainda com o pequeno?

        - Eu... - pigarreou... a falta de equilíbrio dialetal sumindo.

         Desconhecia o próprio idioma quando o assunto era Jon.

         - Eu o quê, imbecil?

         Abriu a porta do carro e desceu, ficando de frente a Jon.

My Bitter Poison     #JonTimeOnde histórias criam vida. Descubra agora