Capítulo 17

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                                                           Maya - Quarta, 15 de março

Me espreguicei, sai da cama e fui direto para o banheiro tomar banho e fazer minhas higienes matinal.

Escolhi uma calça creme, uma blusa preta com manga curta e botões. Calcei um tênis branco para ficar confortável e amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo.

Desci para tomar café, mamãe já estava comendo e os gêmeos também. Nathalie saiu logo cedo porque precisava ir ao médico. Coloquei meu café da manhã e me sentei na mesa com mãe e os meninos.

— Bom dia, filha. Como está lidando com os últimos acontecimentos? — ela perguntou.

Assim que ela perguntou minha língua coçou para falar sobre Guilhermo, mas, essa ainda não era a hora, mamãe não lidaria bem com isso, então só deixei o pensamento de lado e foquei nas partes menos intensas da minha nova vida.

— Está sendo consideravelmente cansativo, mas pelo menos esta semana estou lidando com situações que não exigem muito de mim, então está tudo bem — falei.

— É tudo questão de costume, você vai ver, quando se acostumar com a rotina tudo vai parecer bem mais fácil —murmurou.

Ficamos em silêncio até que me levantei para colocar as coisas que sujei na pia e fui esperar Rebeca.

Ela chegou uns 10 minutos depois, entrei no carro e fizemos o mesmo percurso de sempre.

Notei que Beca estava meio aérea, mas optei por falar com ela quando terminássemos nossas aulas de hoje, não queria que ela se sentisse desconfortável.

Assim que chegamos, ela estacionou e cada uma foi para suas respectivas aulas.

A faculdade de psicologia as vezes é um saco, a gente lida com tantas merdas, e já perdi as contas de quantas vezes me senti no meio de uma terapia mesmo estando na sala de aula.

— Oi você – uma voz masculina me tirou dos meus pensamentos.

— Oi você, também — falei.

— Minhas anotações foram úteis? — perguntou.

– Vamos dizer que elas fizeram um bom trabalho — murmurei.

— Hm, sei... É Maya né? — disse ele.

— Sim, desde o dia em que nasci é por este nome que me chamam — brinquei.

— Prazer, sou o Luís — respondeu.

— É um prazer também — finalizei voltando a prestar atenção na aula.

As aulas do dia chegaram ao fim e agora eu estava pronta para enfrentar outro leão, mas, antes que eu pudesse sair da sala, Luís segurou o meu braço me fazendo parar.

— Então, Maya desde que nasceu, o que você acha de sairmos? Você pode levar suas amigas e eu alguns amigos também — falou.

— Posso pensar na ideia, mas não tenho uma resposta agora — murmurei.

— Tudo certo, me passa seu contato que te mando um oi e se você aceitar, só é me mandar mensagem — disse.

Depois que trocamos contato caminhei até a saída para esperar Beca, mas ela já estava lá me esperando e meu coração doeu ao ver que ela ainda estava com a mesma carranca triste de mais cedo.

— Oi vida — falei me aproximando.

— Oi maymay — respondeu.

— Quer falar sobre isso? consigo sentir seu humor há mais de 20 m de distância — murmurei.

— Não é nada demais, sabe. Só que minha mãe e meu pai começaram a brigar e já ouvi murmúrios de separação. Maya, a minha vida inteira foi viver com eles dois ao meu lado, para o bem ou para o mal, sempre fomos nós contra o mundo, se eles se separarem, não será a mesma coisa — falou.

— Pensa pelo lado bom, você já é mimada, eles te mimariam ainda mais e aposto que se você pedisse aquela moto que você quer faz uma década, eles não iriam se opor — brinquei.

Beca me deu um meio sorriso, mas não foi o suficiente para acalmar o meu coração, ela precisa de consolo e me sinto um monstro por ter que deixá-la sozinha e ir trabalhar.

Tenho quase 1h e meia até meu horário chegar e eu precisar ir para a empresa, por isso, decidi que iriamos almoçar e depois levaria ela nas americanas e a deixaria escolher os doces que ela quiser.

Fomos até um restaurante próximo as americanas, quando acabamos entramos na loja e Beca me deu um prejuízo de 250 reais em doces, sei que não posso gastar tanto, mas ela merece e ela já gastou bem mais comigo.

— Obrigada maymay, não sei o que seria da minha vida se você não fizesse parte dela, te amo — murmurou.

— Te amo também, vida — falei.

Chegamos na entrada da SG, nos despedimos e segui para minha longa e demorada tarde.

Ao entrar na minha sala observei que alguns papéis tinham sido deixados em cima da minha mesa, me aproximei e vi um post-it com um aviso.

" Você disse que estava entediada, resolvi te adiantar alguns papéis e as 15:30 preciso que você me acompanhe em uma das minhas reuniões, será bom para você aprender como funciona as coisas aqui na SG"

Atenciosamente, Guilhermo Rodriguez S2

PQP, isso é demais, não vou passar a tarde igual uma lizada sem fazer nada e ainda participarei de uma reunião.

PARA TUDO!!!!!!!!! uma REUNIÃO?????? EU NÃO SOU QUALIFICADA PARA ISSO, ELE É MALUCO?

Voltei para terra alguns longos minutos após meus ataques de pânico, e me dei conta de que não farei nada além de observar, então estou suave, pelo menos por hoje.

Às 15:00 eu já estava pronta contando cada minuto, esperando que ele me chamasse. Deu 15:10 e Ana apareceu par avisar que ele estava me aguardando em frente a sala de reunião. 

A GAROTA DO CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora