Capítulo Seis

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Meus olhos se abriram com delicadeza zero e eu pulei na cama, eu não acabei de acordar, isso aconteceu há uns 4 minutos atrás, mas até agora eu estava deitada e de olhos fechados, isso até flash da noite passada começarem a ser lançados em minha cabeça. 

— Não pode ser. - Soltei com um leve desespero e olhei em volta.

Ao verificar que de fato estou em um quarto da Paradise, eu gemi frustrada e horrorizada, meus olhos de imediato foram até minhas roupas, na verdade verificar se de fato estou sem algumas peças importantes, como minha calcinha que acabei de localizar jogada no chão. 

— Eu não acredito que eu fiz isso! Puta que me pariu. - Levantei tão rápido que quase cai novamente depois de uma vertigem, que me fez segurar na parede. — Burra, burra, burra!

Ignorei a calcinha e a meia calça, ajustei as roupas que estavam em meu corpo e com extrema dificuldade coloquei as botas em meus pés, não posso vestir uma calcinha que passou a noite no chão do quarto de um bordel, não é? Na verdade eu não poderia tantas coisas, mas ainda assim eu fiz, estou me sentindo a maior das putas que essa cidade já viu, minha ressaca moral está batendo tão forte que estou ignorando todos os sintomas da ressaca física, como dor de cabeça, ânsia de vômito e uma vontade genuína de morrer.

Fui até a porta e girei o trinco, mas ela não saiu do canto.

— Nem fodendo. - Tentei abrir novamente. — Era só o que me faltava. 

Me afastei e olhei pra cama, depois pra mesinha, em busca do meu celular, mas não avistei o mesmo, fui mais pra perto e comecei a afastar as coisas para o lado, em desespero pra encontrar o aparelho, eu só paguei 3 parcelas, não posso perder aquele bendito. 

Me abaixei pra olhar debaixo da cama, mas a cama não tinha baixo, balancei a cabeça ao dar de cara com o nada e então me levantei, indo novamente até a porta. Bati três vezes na mesma, e não obtive resposta. Aqui não tem uma janela, um relógio, nada que me avise se o dia já amanheceu ou se lá fora ainda rola a noite, acredito que não, pois nem o som abafado ouço mais.

Comecei a rodar pelo pequeno espaço, será que não sou claustrofóbica? O ar está começando a me faltar… ou pior, meu corpo resolveu dar cabo da minha vida aqui mesmo, pra eu não ter que encarar o que eu fiz na noite passada, se o álcool humilha, o tesão desrespeita qualquer moralidade que tenhamos, tudo que fiz na noite passada é digno de uma cadela no cio, e eu não estou no cio, e muito menos sou uma cadela.

Ao avistar um pequeno botão ao lado da mesinha, eu apertei o mesmo, sem querer saber qual a sua função, mas algo deve acontecer, e eu estava certa, com menos de 2 minutos a porta foi aberta, eu estava pronta pra xingar a pessoa, mas era a Normani, e não me vejo xingando ela devido seu constante excesso de calmaria/doçura. 

— Você acordou. - Constatou me olhando e com a mão ainda no trinco. — Se sente bem?

— Bem mal, quem teve a brilhante ideia de me prender aqui dentro?

Ela sorriu e coçou a nuca.

— A patroa, Noah também bebeu um pouco demais, e no tempo que fui deixar ele em casa, ela me ligou falando de você, infelizmente antes de vir te buscar, eu acabei dormindo tentando manter Noah na cama.

Fiz uma careta.

— Vocês me abandonaram?

— Não mesmo, quando Camila falou que você estaria presa aqui no quarto, eu soube que estava em segurança.

Me aproximei dela e olhei o relógio em seu pulso.

— 9 horas da manhã????! Deus, eu não tenho amigos verdadeiros. - Dramatizei.

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