Capítulo Dois

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Olhei mais uma vez para as minhas roupas, que a essa altura do campeonato se encontram todas espalhadas pelo meu quarto, uma enorme quantidade de peças, mas ainda assim nada me parece agradável, não sei se de fato estão todas ficando ruim ou é só a minha falta de vontade de sair hoje que está falando mais alto.

— Com essa você ficou perfeita. - Apontou Noah.

— Não vou pra um bordel vestida com couro. - Balancei a cabeça em negacao. — Não quero ser confundida com umas das… - Pensei na forma mais aceita para me referir às mulheres de lá, mas nada respeitoso me veio à mente. — Funcionárias.

— Puta usa couro? - Noah rebateu com o cenho franzido.

Joguei uma blusa na intenção de acertar o mesmo.

— Deus, essa palavra soa tão rude. - Resmunguei. — Eu não sei, tá? Acho que sim.

— Isso não faz o menor sentido.

— O que não faz sentido é você ter conseguido me convencer a ir em um ambiente… insalubre.

Noah soltou uma risada alta, o que me fez acabar rindo um pouco também.

— Insalubre é essa sua mente aí. - Se levantou. — Você vai ver que é um ambiente normal como qualquer outro… - Passou uma mão no pescoço e sorriu. — Nos meus parâmetros de normalidade, claro.

O olhei em total reprovação e apontei a porta.

— Me deixa se arrumar sozinha ou vou acabar desistindo.

— Certinho. - Ergueu as mãos. — Você tem 30 minutos, ou levarei você assim de toalha.

Não demorou para que eu estivesse sozinha, como pedi. Briguei com o espelho por mais alguns minutos até por fim encontrar algo agradável aos meus olhos; Um vestido vinho que chega um pouco mais no meio das minhas coxas e um salto preto; a maquiagem em meu rosto já estava pronta, assim como meu cabelo, então em menos de 50 minutos estávamos no carro a caminho do tal bordel. Não dei muita atenção ao falatório de Noah, minha concentração estava devidamente concentrada na garrafa de bebida em minhas mãos, que decidi beber em uma tentativa de relaxar mais, e acho que está funcionando, pois a censura anterior quanto ao lugar que estamos indo foi substituída por uma certa curiosidade. O carro parando me fez sair dos meus pensamentos, virei o resto da bebida e olhei para o meu amigo.

— Se essa noite for ruim, você me deve uma. - Tirei o cinto.

— E se for boa?

— Não será. - Descemos do carro. — Mas não serei injusta, se por um milagre for boa, eu te devo uma.

Ele sorriu e os olhos brilharam, o conhecendo como conheço, já pensou em mil insalubridades para me obrigar a ir como pagamento desse pequeno acordo.

A fila pra entrar estava maior do que eu gostaria, mas o ponto bom é que a entrada é rápida, então não demorou para que estivéssemos de frente aos seguranças.

— Entradas? - Estendeu a mão em nossa direção.

Olhei para Noah, afinal não temos entradas.

— Estamos na lista VIP. - Respondeu tomando a minha frente. — Noah e Lauren.

O homem nos lançou um olhar de completa desconfiança.

— É verdade, pode conferir aí na lista. - Continuou Noah.

A contragosto o homem desviou o olhar para a tal lista.

— Sobrenomes? - Perguntou sem nos olhar.

— Miller e Jauregui. - Dessa vez eu respondi porque Noah se afastou com uma aparentemente ligação em seu celular.

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