Capítulo Oito

11.7K 918 1.2K
                                    

Joguei toda pipoca dentro do balde e corri novamente em direção a sala, o escuro e a necessidade de sentar no sofá o mais rápido possível me fez pular sobre as costas do móvel, o que quase fez o balde de pipoca entornar, mas com a ajuda de Normani obtive sucesso no movimento.

— Isso é pra não perder nenhuma cena ou medo de ficar sozinha na cozinha? - Noah perguntou enquanto enchia a mão de pipoca.

— Claro que pra não perder o filme, eu não tenho medo dessas coisas. - Respondi convicta.

Noah olhou pra Mani e os dois riram em cumplicidade, o que me fez rolar os olhos.

— Chatos.

Me ajeitei no sofá, estrategicamente estou entre os dois. Eles pararam de me provocar e voltamos a prestar atenção no filme; que é um terror horrível, mas como eles foram maioria na escolha, apenas aceitei, se torna cada vez mais frequente Normani participar das nossas programações, hoje é folga dela, mas não quis sair, então ficamos em casa vendo filmes.

— Presta atenção nessa parte. - Mani disse e bateu a perna na minha.

Me obriguei a prestar atenção na tela, e quando entendi porque ela chamou minha atenção eu bati com minha perna contra a dela também, o filme tem uma classificação adulta não apenas pelo terror explícito, mas também pelo sexo explícito, e nesse momento, bem ali, na enorme tela da tv está mostrando um cara fazendo oral na namorada.

— Se for pra ver pornografia coloca logo no x-videos. - Falei levemente incomodada e pegando o controle pra pular as próximas cenas.

— Não mesmo. - Noah puxou o controle da minha mão. — Depois do último acontecimento, acreditamos que ver umas coisinhas assim. - Apontou a tela. — Fará bem a você… aprendizado, saca?

— Odeio ter que concordar com o Noah. - Mani disse em um tom mais baixo, ela tenta não ser tão intrusiva em minha vida sexual, assim como o Noah é, mas vez ou outra ela deixa escapar algumas coisas, principalmente depois que falei pra eles sobre a maldita cena no estacionamento do bar.

— Eu já falei pra vocês que o que aconteceu foi… - Pigarreei. — Foi precaução, já pensou se alguém pegasse a gente ali?

Ouvi Normani cantarolando um "claro" e aquilo me fez bufar.

— Enfim, vamos prestar atenção no filme. - Falei.

Mesmo olhando pra tela, minha mente me levou novamente para aquela noite, tudo aconteceu tão rápido que me pegou de surpresa, eu peço um beijo e Camila oferece um oral, quem julga meu desempenho certamente nunca teve que agir sob pressão, é um inferno.

Do meio para o final do segundo filme, Noah foi cambaleando para o lado, até que dormiu ali mesmo no sofá, com as pernas em cima das nossas.

— Aguenta outro? - Mani perguntou enquanto olhava o catálogo na tela.

— Desde que seja algum com flores e coisas bonitas. - Respondi e ela riu.

— Claro, colocarei um romance fresco.

Apenas assenti, e me mantive de olho na tela, em certo momento eu percebi que ela parou de olhar pra frente e me olhou, mas fingi não notar.

— Quer conversar?

— Sobre? - Devolvi a pergunta, ainda de olho na tela.

— Você sabe… - Respondeu e fez uma pausa, talvez esperando eu falar, mas me mantive quieta. — Noah tenta te ajudar, mas acredito que esse jeito agressivo que ele fala sobre sexo não ajuda muito.

— Estou bem, mas obrigada. - Peguei o controle da mão dela e comecei eu mesma a descer pelo catálogo.

— Lauren, ser virgem não é algo do outro mundo não, na verdade a gente coloca muita tensão sobre isso, então acontece a primeira vez, e o monstro de 7 cabeças é desvendado, se mostrando bem menos assustador, se você souber ao menos um pouco da parte teórica, na hora da prática será tudo intuitivo e mais fácil.

CabaretOnde histórias criam vida. Descubra agora