Capítulo Treze

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Sabem que dia é hoje? Isso mesmo, sábado.

Sábado às 21h.

Isso significa que Camila chegou em frente ao meu apartamento faz uma hora, assim que chegou ela me mandou uma mensagem avisando de sua chegada, nesse momento senti meu ventre remexer em ansiedade, demorei alguns minutos para informar que não iria descer, e então meu celular quase ganhou vida própria do tanto que passou a vibrar com as diversas mensagens recebidas, e ao notar que de fato eu não iria, ela mudou a forma de contato para ligações, ligações essas que não foram atendidas.

— Pega mais uma pra mim, por favor. - Apontei a garrafa de cerveja vazia na mesa e o garçom assentiu.

Não estou em casa; obviamente ao notar que eu não iria descer, é certo que Camila daria um jeito de subir até meu apartamento, então sai antes dela chegar, estamos eu e Noah em uma das praias de Miami, ele ao mesmo tempo que se diverte pela situação, me julga por fazer isso com uma mulher rica.

— Uma boa quantia de dinheiro me faria esquecer qualquer experiência ruim, ainda mais que ela é o combo perfeito, bonita e rica.

— E insensível, e egocêntrica, e idiota… - Completei encerrando pela milésima vez a ligação antes mesmo de atender.

Nas mensagens iniciais Camila não demonstrou acreditar que eu não iria descer, disse para que eu parasse de brincadeira pois tinha horário reservado e não poderíamos nos atrasar, com o correr dos minutos ela foi percebendo que poderia ser real, então as mensagens se tornaram uma tentativa falha de me convencer a descer, usando da prerrogativa que ela estava fazendo bem mais que já fez por alguém, eu vi a hora ela dizer que eu deveria agradecer por ela sair comigo, mas não chegou a tanto, e então ela se irritou de verdade, disse que eu tinha 5 minutos para descer ou iria entrar em meu apartamento e me levar a força, nesse momento agradeci por não está em casa, porque consigo imaginar perfeitamente Camila invadindo minha casa e me levando igual um homem das cavernas, porque é perceptível que pra ela isso parece muito irreal, eu não aceitar seu convite, acho que o tempo com homens e mulheres aos seus pés nos cabarés a deixou com o ego nas alturas, a fazendo acreditar que pode tudo, ela até pode, mas uma pena que encontrou uma pessoa que tem o orgulho tão grande quanto seu ego, e nada vai acontecer sem seu pedido de desculpas.

— Ao menos tire o som do celular porque esse toque persistente está me causando aflições. - Noah reclamou empurrando o aparelho em minha direção.

Eu já tinha empurrado ele pra longe antes, e ao retornar para minhas vistas, notei mais 16 mensagens não lidas, é, definitivamente ela ficou bem irritada. Desliguei o celular e o guardei na bolsa.

— Porra. - Noah coçou a testa. — Ou essa mulher não vai querer te ver nunca mais ou ela vai te matar… - Fez uma pausa e colocou um pequeno e nada inocente sorriso no rosto. — E quando falo matar, não é no sentido literal, espero que me entenda e se prepare. - Ao final da frase desceu sugestivamente os olhos pelo meu corpo.

— Noah! - Repreendi ao entender o que ele quis falar.

— O que? Mesmo você sendo chata e me contando as coisas pela metade, pelo que fala, essa mulher deve ser um furacão na cama. - Deu um gole na bebida. — Você está ferrada, minha amiga.

Fiquei alguns segundos assimilando suas palavras em minha mente.

— Defina furacão na cama. - Pedi enchendo meu copo que parece tá furado de tão rápido que seca.

Noah se ajeitou na cadeira, é perceptível sua empolgação com certos assuntos, seus preferidos sempre são: sexo e dinheiro, eu até julgo algumas vezes, mas ele é assim desde que o conheci, então não tem muito como arrancar essa parte sua, mesmo que vez ou outra me tire do sério

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