Cabaret

Capítulo Trinta e Um

Lauren POV

Não se passaram nem 2 minutos que sentei a mesa e me levantei, alegando precisar ir ao banheiro.

Marina e Noah se ofereceram pra ir junto, neguei e saí. Não foi difícil encontrar os banheiros do lugar, entrei no mesmo, não tranquei a porta, fiquei próxima a pia, e em frente ao espelho.

Foram questões de segundos e a porta se abriu, como previsto, Camila. Óbvio que ela iria vir atrás de mim.

— Tá ocupado. - Sorri tentando não parecer tão surpresa, não pela sua entrada no banheiro, mas pela sua presença no hotel.

— O que faz aqui? - Fechou a porta. — E com aquela mulher?

Agora não consegui esconder a surpresa.

— Conhece a Marina?

Camila soltou um som semelhante a um rosnado, que teria me feito rir se ela não estivesse tão séria.

— Tive o desprazer de conhecer hoje quando ela invadiu meu quarto.

— Não me diga que você era a tal folgada que tentou burlar as regras. - Constatei.

Não contive a risada, a história ficou bem melhor sabendo que era Camila do outro lado.

— Desculpa, mas sensacional. - Falei ainda rindo.

Camila deu alguns passos em minha direção, me deixando encurralada entre ela e a pia, sua mão segurou em meu rosto, me obrigando olhar em seus olhos.

— Está vendo algum palhaço aqui pra ficar rindo? - Assenti e pude ver os olhos dela brilharem de raiva. — Você não me respondeu o que faz aqui com aquela advogada.

— Vim atrás de você, estava com saudades.

Eu sei que ela está realmente irritada, mas eu também estou irritada, magoada, e levemente alcoolizada.

Ela se afastou.

— Você está agindo como uma puta comigo, Lauren.

Confesso que nesse momento, seu tom de voz quase me fez soltar as armas, mas então lembrei que ela pouco pensou em mim quando beijou outra em minha frente.

— Upgrade pra conseguir te acompanhar. - Rebati.

Ela soltou uma risadinha nasal e massageou as têmporas.

— Lauren, Lauren. - Respirou fundo e me olhou. — Você se diverte com tudo isso, não é?

Ela está estranhamente paciente, como em uma tentativa de autocontrole pra não entrar em um embate comigo.

— Não tanto quanto eu gostaria.

Após minha resposta ela analisou todo meu rosto, em busca de uma resposta que talvez não tenha sido verbalizada.

— O que você quer? - Questionou.

— O que eu quero?

— Sim, o que você quer comigo? De verdade, Lauren.

Dei de ombros.

— No momento só quero o fim do contrato.

Foi perceptível a fala engolida, ela manteve o olhar no meu, mas instintivamente desviei, então ela assentiu e foi até a porta.

— Tudo bem. - Destrancou a porta. — Quando retornar procure o Garcia, ele vai te orientar melhor que eu.

Ela saiu do banheiro e eu fiquei no mesmo lugar. Não consigo descrever os sentimentos que chegaram até mim, mas posso dizer que não estou me sentindo feliz como achei que ficaria.