Capitulo 23

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Segui-o até a espaçosa sala de estar, sentou-se no sofá encarando-me. Estava a espera que eu dissesse algo ou talvez estivesse também a pensar no que dizer. A única certeza que eu tinha era que toda a minha determinação desapareceu com o seu olhar sob mim.  


-Eu preciso de saber Harry... - disse num tom de voz tão baixo que me perguntei se ele teria ouvido.


-Precisas de saber o que? - questionou de forma arrogante. Mas o que raio lhe dá o direito de me falar tão friamente?


Há pouco no bar as coisas excederam-se. Eu agi mal, mas ele agiu pior. Pedir-me para deixar de realizar os meus sonhos apenas porque tem ciumes é ridículo. Eu afastei-me da sua vida como ele desejou para que ele realizasse o seu sonho, nunca em tempo algum lhe pedi que desistisse por mim. E ao mínimo problema pede-me para desistir da minha pequena primeira conquista. Que tem um valor incalculável para mim.


-Preciso de saber se vais mesmo desistir de nós. - disse com a mesma frieza. -Nós podemos ignorar, fazer de conta que nunca existimos um para o outro. As coisas já tomaram esse rumo uma vez e a única coisa que me trouxeram foi uma vida incompleta. Basta dizeres apenas mais uma vez. - agachei-me a sua frente fazendo o encarar-me, apesar de ter medo que ao olhar para os seus olhos perca a força que estou a tentar manter. -Diz apenas mais uma vez que desistes de nós, de tudo isto e garanto-te que nunca me voltaras a ver na tua vida. - disse convicta e mentalmente rezei para que ele não dissesse a palavra que me poderia arrancar o coração do peito neste momento. Vi-o levantar-se rapidamente.


-Eu nunca te vou conseguir fazer feliz. - falou nostálgico.


-Se é assim que pensas, se não consegues ver o quão feliz me sinto cada vez que estou contigo, ficamos por aqui. Desejo-te o melhor. - falei apressadamente dirigindo-me à porta, precisava de sair dali antes de começar a chorar, ele não me ia ver chorar mais uma vez, não o iria permitir. Senti a sua mão no meu pulso puxando-me de volta para bem perto de si.


-Caralho, não! Eu não posso deixar-te. Eu não desisto, não me consigo imaginar de novo sem ti, mas a ideia de te fazer infeliz por ser tão ausente destrói-me. Eu quero poder dar-te a normalidade que ele te pode dar Eve, tenho medo de te falhar. Por mais que tente imaginar mil e um cenários não vai ser fácil a nossa vida daqui para a frente.- consegui ver todo o medo, toda a angustia nas suas palavras. Quando é que se tornou tão inseguro? 


-Ele? Mas ele quem? O Andrew? Por favor Harry! Não interessa quem há mais por aí, tu fazes-me feliz, eu importo-me contigo. Eu amo-te, que se foda seja quem for. Quero-te a ti. - disse por fim, abri o jogo. O homem que amo vai para milhares de kilometros longe de mim, mas não sem tudo ficar esclarecido e resolvido. No seu rosto abriu-se um grande sorriso.


-Repete... - pediu de olhos fechados encostando a sua testa a minha.


-Eu amo-te, tu sabes disso. - sussurei suspirando por fim.


-E eu a ti, eu amo-te Evelyn. - entrelaçou as nossas mãos. -Desculpa, eu não deveria ter reagido assim, não devia ter-te pedido para não ires para São Francisco, devo apenas contratar um homem com mais de 2 metros que vai garantir que ele se mantém afastado de ti. 


-Harry! - exclamei rindo-me.


-É uma brincadeira. - sorriu. -A menos que tu queiras. - encarou-me serio.


-Deixa de ser parvo. - revirei-lhe os olhos não conseguindo deixar de me rir perante a sua ideia absurda.


-Estamos bem? - perguntou receoso.


-Estamos bem. - afirmei.


Tinha vontade de lhe perguntar a que horas ia partir, mas por outro lado queria ignorar o facto de não o ter aqui comigo amanhã . Já sabia que não podia fazer nada para evitar que partisse. Estar completamente apaixonada pelo Harry nesta fase da sua vida ia ser complicado, mas se ambos trabalharmos nisto pode resultar, certo?


-Dormes comigo? - perguntou em forma de pedido, verificando as horas no seu telemóvel.


-Não, vou para casa. Preciso de estar um pouco sozinha. Vejo-te mais tarde? - perguntei.


-Sim, isso ou simplesmente ficas aqui comigo. - voltou a teimar beijando-me o pescoço.


-É melhor não. - disse por fim, depois de todos estes acontecimentos precisava de pensar, estar sozinha. Há algumas horas tínhamos desistido disto tudo, agora acabei de lhe dizer que o amava. Connosco sempre foi assim, extremos. Mas esses extremos deixam-me exausta. Agora só preciso de refletir e descansar um pouco, sozinha.


-Ok. - aceitou desanimado. - Mas antes...


Senti os seus lábios em contacto com os meus de forma serena, o seu beijo era calmo, diferente do usual, parecia que ele não queria que acabasse, a sua língua explorava cada canto da minha boca pacificamente. Quando nos separamos a sua respiração estava ofegante e sorria-me calorosamente.


-Sim, agora já podes ir. - declarou rindo-se. Depois disto só queria ficar, mas não podia.


-Até mais tarde Harry. - disse já fora da porta do seu apartamento, enquanto esperava que ele desentrelaçasse os nossos dedos.


-Tens a certeza que tens de ir? Estava a pensar em dormir totalmente nu hoje. - disse tentando não se rir, piscando-me o olho. Não consegui não rir, este era o seu lado que eu preferia, o brincalhão. Sempre me fez esquecer de todos os problemas. Dei-lhe um selinho e soltei as nossas mãos.


-Adeus Hazza. - sorri ao ver o agrado nos seus olhos quando o chamei pela a sua alcunha, a alcunha que mais utilizava quando namorávamos.


-Ate mais tarde bebé. - despediu-se com alguma manha na voz.


 Vou tentar escrever mais um capitulo amanhã e se conseguir prometo que vai ser grandinho.

Outro grande detail: mudei a capa da fanfic, espero que também gostem dessa pequena grande mudança.

Eles resolveram-se, não consegui deixar que o Harry voltasse à tour quando estavam chateados.

Tenho atualizado com muita frequência, não sei se o conseguirei fazer na próxima semana, mas vou tentar.

 Continuem a acompanhar e por favor, por favor VOTEM. Gostava também de opiniões acerca deste capitulo. Love you all Xx


22-05-15

Never too late | h.s (EM PAUSA)Onde histórias criam vida. Descubra agora