capítulo 21

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Anna Estrella 🫀

Já faz alguns dias que eu tô na casa do Ret. E faz alguns dias que nem ele e nem o Malandro me deixam em paz.

Tive uma crise muito forte. O que relatou em dois marginais viverem no meu pé.

Ret: Tá precisando de algo?- Ret entrou no meu quarto, já que a porta estava aberta. Estou dobrando algumas roupas. Ret fez questão de ir comigo compra algumas coisinhas.

Me sinto meia desconfortável... Tipo, tô morando na casa de um cara que está pagando tudo pra mim. Não acho que isso seja o certo.

Anna: Não...- Coloquei a última peça no guarda-roupa fechando a porta logo em seguida.- Ret.

Chamei ele que ia saindo.

Ret: Diz.- Ser virou com o celular nas mãos.

Anna: É... Já que eu vou fica aqui até tudo ser acalma... Queria sabe... Ser tem como eu arruma um emprego.

Ret: Pra que tu quer um emprego?

Anna: O que a gente ser faz em um emprego?- Ele revirou os olhos e eu sorri.

Ret: Tu tem certeza nisso?- Concordei.- Anna, tu não consegue nem chega perto de um homem. A não se eu ou o idiota do Malandro. Não acho que tu ainda esteja preparada para um emprego.

Me sentei na cama frustada.

Anna: Não quero viver dependendo só de você... Me sinto desconfortável.

Ret: Qualé...- Ret andou até mim e ser agachou na minha frente. Apoiou as mãos no meu joelho e eu fiquei rígida ao sei toque.- Tu ainda nem confia cem porcento em mim. As coisas aconteceram recentemente, não acho que esteja preparada para um trabalho. E outra, depende de mim não é uma coisa ruim...

Anna: Era só um trabalho...- Choramiguei e ele riu ser levantando.

Ret olhou no seu relógio.

Ret: Tô descendo na boca. Quer ir?

Anna: O que eu vou fazer na boca?

Ret: Malandro tá lá. Depois nós passamos na praça pra comer algo.

Ret sempre foi respeitoso comigo. Nunca me tratou mal ou teve alguma grosseria da sua parte. Percebi que quando ele chega estressado, ele passa reto pro quarto. Fica uns minutos lá e depois volta mais calmo, aí sim, ele vem fala comigo.

Não sei ser o que eu estou fazendo é o certo.  Ainda fica martelo as coisas na minha cabeça. Será mesmo que deixar Farias foi a coisa certa? A gente viveu anos juntos...

Ainda sinto algo por ele...

Ret saiu do quarto e eu fui trocar de roupa. Lívia vivi no meu pé também, depois que o Ret contou que eu estava aqui. Menina endoidou. Perguntando para o irmão ser ele tinha roubando a mulher dos outros. Achei engraçado.

Mas aí eu expliquei tudinho pra ela. Menina tá mais grudenta de chiclete. Tenho três carrapatos no meu pé.

Sair do quarto descendo a escada.

Ret: Vê isso direitinho... Não, passa pro Murilo resolve... Porra! Vai atrás caralho! Te vira, moleque! Faz os teus, eu te dei um missão e tu vai chegar com ela aqui feita!- Andei até ele que estava com o celular na orelha em pé. Ret está de costa, então literalmente não me vê.

Passei meu olhar por sua costa larga e veio na mente o dia da nossa primeira transa... Minhas unhas passando por todo seu corpo...

Ret: Qual foi... Tá no mundo da lua?- Sai dos meus pensamentos e encarei ele.

Anna: Tô com fome...- Tentei disfarça o nervosismo.

Ret: Bora.

(...)

O morro todo está sabendo que eu moro com o Ret. Todos tem a ordem de não chega perto de mim, ou ao menos olhar pra mim.

Ret deu esse papo no baile que deve semana passada, e mandou espalharem por aí.

Malandro: Como você está?- Ele ser sentou na cadeira de plástico na frente da mesa, enquanto eu rodava na sua.

Anna: Bem...

Malandro: E as crises? Tá comendo direitinho?

Anna: Sim... E... Sim.- Parei a cadeira vendo ele me encara sério.- Eu estou bem, Malandro. Voltei a comer na força do ódio do Ret, e minhas crises diminuíram. Ret tem me ajudado muito.

Malandro: Bom mesmo.- Ri.

Anna: Falando assim, até parace que é tu o chefe.

Malandro: Mas sou eu. Ret é só um funcionário que ser passa por mim... Pra polícia não desconfia.

Ret: Ae?- Gargalhei ao vê o Malandro ser assusta.- Então "chefe", tem um monte de coisa pra tu resolve.

Malandro: Nem vem... Isso é tudo seu hoje.

Me levantei indo até o Ret.

Ret: Agiliza, tu não é o "chefe"?

Malandro: Meu pau, isso é sua função. Faço nem questão. Bagulho complicado do caralho...- Saiu falando.

Olhei para o Ret rindo e ele me olhou com um sorrisinho. Parei meu olhar na sua boca e minha respiração começou a muda...

Anna: Ret...- Ele percebeu... Óbvio que ele percebeu!

Ret: Não vou fazer isso...- Se afastou.

Anna: Ret...- Chamei ele novamente.

Ret: Não, Anna.- Ser virou com a cara fechada.- Você não está preparada... Não vou me aproveita do seu pior momento.

Anna: Ret.- Ele me olhou.- Eu tô com fome...

Ele soltou um riso e saiu andando. Relaxei meus ombros e suspirei.

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