14- você vai pagar.

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Eu não precisava de nada além da sede por vingança e o desespero que a visão de Elain me fez ter. Não precisava de nada além das armas presas ao meu corpo e minha habilidade em combate, não precisava de nada além de minha magia acumulada por duas semanas sem soltar uma gota, eu era uma bomba relógio e explodiria no santuário onde Koschei prendia as fêmeas e as enfeitiçavam, como fez com a companheira de Lucien. Eu sabia que aquilo era uma das coisas que ele mais preservava, e eu as destruiria. Creio eu que a morte seria um privilégio ao envés de viver trancafiada em um santuário amaldiçoado.

Foram dois dias voando, não ousei fazer travessias. Sabia o preço curto de magia que elas exigiram. Mantendo Rhys com falsas informações pela ligação e ainda afastada de minha corte. Era só uma pequena vingança, o início de meu primeiro passo nesta guerra, pois também sabia a magia que continha aquele santuário. A magia pura do feitiçeiro.
Usei o terceiro dia para absorver informações e avaliar o local antes de destruí-lo. E sinceramente o meu peito se apertou com a beleza do lugar. Tinha árvores maiores que prédios, com seus troncos retorcidos que uma hora ou outra apontavam para o céu, suas folhas caiam para o chão. O verde da grama de todo o local era tão forte e lindo que daria para ser comparado a uma das tintas de Feyre. Havia uma casa no centro do santuário, não uma casa, uma mansão. E um riacho passava atravessando toda aquela área. Havia vários tipos de criaturas ali, não criaturas, mas sim, as mulheres que Koschei enfeitiçava. Transformadas em fadas, gnomos, pássaros com magia ou sem. De toda forma, eram lindas. E amaldiçoadas.

O sol começou a nascer e me pus em movimento, corri por cima da montanha para onde eu avançaria, Koschei não estava em casa. Uma pena.
As criaturas logo viraram mulheres, incapazes de se defender. Elas eram um erro, e seriam empunhadas na guerra e venceriam. Eram boas e poderosas. E seria mais sangue em minhas mãos já manchadas.
Saltei no fim da montanha abrindo minhas asas, a primeira barreira foi a mais difícil de quebrar, assim como existia em velarys, ali também continha uma magia de proteção, e das fortes. Quebrei a barreira com uma rajada de magia natural e adentrei. As mulheres abaixo olharam para cima, quando na visão humana delas eu era apenas um pontinho batendo asas, recolhi as asas para trás e cai em uma queda livre. Aquele lindo verde se aproximando e as nuas mulheres agora começando a gritar, pois não era seu mestre que havia chegado. Era uma intrusa de olhos brilhantes e com as mãos em chamas de um fogo azul. Uma mulher em específico me chamou a atenção. Ela tinha os olhos verdes e cabelos tão escuros quanto os de Rhysand. Seu olhar era uma mistura de medo, liberdade e desespero enquanto ela ficou parada por uns instantes me vendo chegar. Uma loira a segurou pelo braço e a arrastou para dentro, ela correu sem olhar para frente, não tirava os olhos de mim. Será que sabia quem eu era? Seus olhos ainda estavam presos em mim quando a loira fechou a porta com ambas dentro.

Abri minhas asas ficando na altura daquelas imensas árvores. As mulheres corriam para dentro da casa, quantas haviam ali? Cem? Mais?
Não importava. O fogo azul engoliu a curta planície devastando tudo, qualquer vida ali, não iria existir mais. Sustentei o fogo, sentindo ele engolir cada gota de vida ali, das terras e das mulheres, eu podia sentir cada morte, cada último suspiro ou grito abafado atravéz do fogo.
Fechei meus olhos e intensifiquei a magia, pois eu estava vendo tudo de verde e com cores coloridas virarem pó cinza. Já não tinha mais vida ali segundos depois, não ousei olhar para baixo quando bati minhas asas para longe dali.

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