16- a guerra e a espada

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Deuses eu realmente não fazia ideia de que encontraria tais coisas em campo de batalha. E o pior, eu não sabia que eram tão fortes e resistentes, criaturas pior que os Bronex. Mas haviam poucas, menos de dez mil, pois Mantyx havia extinguido a maior parte do exército com sua magia sombria. E Yasb lutava agora na forma de um dragão, engolindo e arremessando as aberrações pelo ar com a calda e boca. Aquilo me doeu, muito. Pois era para Breagon atear fogo naquele exército e isto seria resolvido, e por mais que eu tivesse fogo puro nas veias. Jamais seria tão catastrófico quanto o de um dragão de verdade.

Arranquei o coração de um monstro cujo rosto era pequeno, mas seus dentes dominavam mais da metade do rosto e não existia nariz. Ele respirava pelas aberturas na garganta, e seus olhos eram como os de um mortal assim como sua altura e corpo. Ele caiu mole no chão e deixei seu coração cair girando o corpo com a espada avançando. Pele e osso se partiu e uma cabeça caiu ao chão. Rhanira, Vecra e Marryna lutavam a poucos metros atrás de mim. Onde pisavam, a morte se instalava. Eu sabia que também estava sendo assim onde quer que Anthony lutava, pois eu sentia nosso juramento retumbando no meu sangue. De acordo com o sol já se passava das três da tarde, abocanhei o pescoço de uma criatura terrivelmente feia que lutava de costas para mim com um guerreiro bilger enquanto minha espada fincou nas suas costas atravessando. Meus dentes gravaram ali e forcei a mordida arrancando um pedaço de sua garganta e julgular junto. Tinha gosto de pobre. A aberração caiu aos meus pés assim que tirei a espada de suas costas. Acenei para o soldado sentindo o gosto de sangue morno na boca e cuspi. Ele acenou de volta e voltou a lutar.
Senti minha magia retumbar dentro de mim.
Ainda não.
Gritei para o poder enquanto Rhanira se colocava ao meu lado, ela acenou e avançou, mais rápida que uma espada no vento, dois monstros caíram e ela sorriu. Ah, a comandante certamente tinha um amor na morte dos inimigos.

Continuei matando também, todos a minha volta. Minhas garras expostas assim como meus dentes com puro sangue, meu cabelo já estava em um emaranhado de suor e sangue nas mechas que escaparam da trança. Por onde eu iria, seja por minhas garras ou meus dentes ou minhas espadas gêmeas. Monstros morriam. Ouvi um grito de guerra distante no campo de batalha. mantyx. Sorri avançando cada vez mais, matando e me defendendo até meu ser se saciar com a morte. Até Drikka estiver alimentada o suficiente para sair do meu corpo e engolir o máximo de monstros possível.
Eu sentia ela bebendo a dor e a morte dentro de mim, isso liberava certo prazer em mim também. Então continuei a matança.

Observei um monstro de asas voando acima do exército inimigo, ele pegava meus soldados e os levava o mais alto possível e depois os soltava em queda livre. Monstros iguais a ele faziam o mesmo, mas eram poucos daquela espécie. Cem, no máximo. Tirei minha espada do crânio de um Bronex no mesmo tempo em que a outra abria um buraco fazendo um círculo em volta do seu coração. Empurrei para trás e coração e carne caiu ao chão, sangue espirrou na minha roupa já ensopada.   
Abri minhas asas e me lancei aos céus atacando uma daquelas criaturas. Não eram boas em combate, era como se fosse catapultas monstruosas que envés de jogar pedras, jogavam meus guerreiros.
Avancei recuando de sua garra, enquanto a outra segurava um guerreiro megrelyer já inconsciente, a espada girou e desceu em seu abdômen. Sangue jorrou e seus órgãos pretos ameaçaram cair para fora, meu estômago embrulhou. A coisa deu um grito agudo que fez o guerreiro despertar levemente antes de cair no inconsciente de novo, avancei com a espada e a cabeça da coisa caiu em queda livre. Seu corpo ia junto, um corpo que ainda estava grudado ao soldado. Voei em direção ao soldado e consegui agarrar sua armadura.

- Acorde!- gritei para ele em meio aos berros da batalha, o macho nem sequer se moveu.- Acorde!

Seus olhos se abriram levemente e quando ele se deu conta, soltou um grito de olhos arregalados. Menos de cinco segundos e estaríamos no chão. Impulsionei o voo para cima sentindo uma dor absurda nas asas, uma flecha estava presa na minha asa direita. Uma flecha me acertou. Gritei quando a dor irradiou pelo meu corpo inteiro.
Eu precisava retirar ela para se curar e mesmo assim ainda ficaria dolorido por dias. Abaixei a cabeça para o macho que agora ainda me olhava desesperado e chutei o corpo da criatura que o soltou de imediato, caindo no chão segundos depois.
Um rugido engoliu a guerra, e em seguida uma escuridão sombria sem fim explodiu. O rei valg.
Outro rugido foi ouvido, dessa vez de um comandante, do meu comandante mais poderoso, que quando virei a cabeça em direção ao som ligeiramente. Via a morte que se rodeava e sua espada cantava conforme dançava com Anthony sobre a luta.
Outra flecha me acertou e não aguentei, rugi sentindo meu corpo inteiro latejar com a dor e minhas asas falharem no voo. Abracei o guerreiro semi acordado e me preparei para a queda que nunca veio.
Algo me pegou. Arrancando o soldado de minhas mãos, eu estendi a mão como se ainda pudesse pegá-lo conforme era carregada pelos céus. Ele se despedaçou no chão.

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