corte de dragões e naturais

21- presentinho

Subi o morro com uma corrida selvagem e senti o leão ao meu encalço, voando.
Deuses, eu sabia que suas garras estavam abertas no ar, prontas para me agarrar. Não dei tempo. Forçei meu pé no chão no meio da corrida e me lancei para cima abrindo minhas asas, voei alto e escutei o rugido de indignação de Yasb. Gargalhei comigo mesma e desci pousando a beira montanha de Velarys. Olhei para baixo e a sacada da casa do vento estava brilhando com o sol da tarde. Yasb veio até mim e se transformou em algo menor. Um inseto. E entrou em meu bolso da calça, automaticamente fiz uma careta.

- que nojo.

Tomei um beliscão e olhei indignada para o bolso da minha calça. Não conseguia vê-lo. Me joguei do penhasco da montanha abrindo as asas, pousei segundos depois na sacada. Cassian e Azriel estavam tomando alguma coisa em seus copos e tomando o café da tarde.
Puxei minhas asas para trás e entrei na grande sala de refeições.

- suas asas estão curadas.- Cas comentou me comprimentando de longe.

- sim.- respondi.

Não olhei em direção ao encantador de sombras. Ele se afastou da mesa um pouco. E eu estava no mínimo constrangida com toda a situação.
Fui até Cassian e ergui minha mão para bagunçar seu cabelo, ele a tomou no ar segurando firme meu pulso.

- nunca, jamais encoste no meu cabelo.

Prendi os lábios segurando uma risada e acenei em concordância.

- não faz ideia do quão bem tratado ele é para vir com essas mãos para cima dele.

Retirei minha mão de seu agarre e dei um peteleco nele com força.

- aí!

- sua orelha também recebe tratamento especial, general?- perguntei arqueando uma sobrancelha.

Ele me olhou feio e bebeu um gole de sua bebida.
Aproveitei sua distração para roubar um pãozinho com queijo e bacon de seu prato, o melhor pãozinho do mundo.
Enfiei ele inteiro na boca e corri para longe de Cassian antes que ele me matasse.

- Garota!

- tchauzinho.- disse de boca cheia acenando e indo em direção ao corredor.

Quando passei por Azriel, deixei nosso olhar se encontrar. E desviei em seguida. A greve de silêncio voltou pelo visto.
Olhei para a pedra escura do corredor e entrei nele mastigando o delicioso pão. Soltei um curto gemido quando o sal do bacon atiçou meu paladar. Deuses, isto era de outro mundo.

Virei a direita, vendo a longa escada que descia e dava caminho para a biblioteca particular dali, uma que sabia que Nestha gostava muito. Mas não esperava encontrar a bruxa ali.
Está em Velarys.
Seus irmãos são rápidos no ato da fofoca.
Respondi meu carranam pela ligação e abri as portas duplas. Elas rangeram alto e eu resmunguei pela falta de óleo na porta.
Entrei e fechei as portas atrás de mim colocando a trava dela no lugar, não queria visitas de certos corvos inesperadas. Mesmo que estivesse na corte de um.
Ouvi este pensamento, se não estivesse com Nyx eu iria aí só para perturba-la.
Deuses, você não está ocupado o suficiente para ter que ficar se preocupando com o que penso?
Ele sorriu e eu mandei um palavrão para ele pela ligação.
Fui em direção as prateleiras e notei uma xícara de café frio acima da mesa de centro entre as prateleiras. Alguém passou por aqui hoje. Observei as prateleiras próximas a mesa e... Meus deuses. Isto era tão inapropriado que minhas bochechas cortaram. Mas não deixava de ser um romance, certo?

Sorri pela perversidade da Valquíria archerom e andei duas prateleiras a frente. Onde os livros eram mais velhos e empoeirados. Tirei um da prateleira e ele despedaçou.