13. O outro hóspede

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            Tia Gumb estava feliz em seu silêncio habitual.  Entretanto, ela percebe as intenções do novo patrão.  Dia a dia  Macau vem se aproximando dela até e lhe pediu para ajudá-lo com a mudança para o quarto principal. 

          -  Está bem, senhor Macau...

          -  Posso lhe pedir uma coisa, khun Gumb?

          -  Claro, khun.

          -  Pode me chamar só de Macau?

          -  É desrespeitoso...

          -  O respeito é uma atitude,  palavras não influem nisso. E eu me sinto um homem do século passado ouvindo isso.

          -   Pelo que sei você nasceu em um ambiente rico, khun, deveria estar  acostumado.

           -  Por isso mesmo. Em nossa casa comemos juntos com os funcionários a vida toda.  Chamamos todos pelos seus nomes. Não me sinto em casa sendo tratado assim. E você quer que eu me sinta bem, não é, tia Gumb?

            -  Está bem. Vou tentar falar seu nome.

            -  Meu primo vai ficar aqui por um tempo. E a senhora pode chamá-lo por seu nome. Tankhun. Ele também é igual a mim.

             -  Está bem.  Vou tentar isso.

             Macau sorriu.

              -  Não se preocupe.  Khun é igual a mim.  Ele não vai aumentar muito o trabalho de seu pessoal.

            Na manhã seguinte,  Moi chegou. Tia Gumb recebeu a visitante que trouxe uma montanha de malas. A governanta foi para o loft onde Tankhun ficaria, acompanhando a mulher.

           -  Khun Gumb já se acostumou ao Macau?

            -   Tenho que fazer isso. Ele é o novo patrão.

             A mulher recém-chegada sorriu.

             -  Se ele ouve isso até chora.

             -  Oh, senhora, não sou dona da casa, sou só uma empregada. Conheço o meu lugar.

             Moi riu.  Aquilo ia ser difícil para seus meninos.

              -  Acostume-se. Quando fui contratada, vim de uma casa em que até o pão era contado. Demorei para me sentir gente de  novo. Mas não tem resistência que vença o carinho de meus patrões.

              -  A senhora é uma empregada dos Theerapanyakul? Ele disse que era tia.

              -  Os Theerapanyakul nos tratam como família. Eu e minha família vivemos na propriedade como todos os outros empregados fixos. Vi Macau começar andar. Nenhum deles aceita ser tratado como superior.

            -  Sou bem tratada aqui, o menino Tem me respeita, mas alguns visitantes são grosseiros.

              -  Esqueça isso com os Theerapanyakul. Todos eles são bons e o menino Macau é fácil de agradar. Não é bagunceiro e nem respondão. Khun Pete e khun Porsche também pegaram o ritmo deles e nos respeitam.

            -  Você vai ficar aqui?

             -   Não. Vim só para arrumar as coisas de Khun,  mas uma vez arrumadas, ele não bagunça. Eu trouxe alguns temperos que ele e Macau gostam,  mas você não precisa se preocupar. Eles comem de tudo e se querem algo diferente, eles mesmo fazem.

Não era amor...  #TemMacauOnde histórias criam vida. Descubra agora