Capítulo 37

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POV EMMA

Saí do banheiro seguindo Jessie, ela olhou para trás e sorriu, segurou minha mão e me guiou no meio das pessoas. Avistei Hunter e ele veio em minha direção sorrindo, mas passamos por ele antes que ele tivesse a chance de falar alguma coisa. Olhei para trás e o vi olhar para mim e para Jessie sem entender nada.

Peguei meu sobretudo na chapelaria e quando saímos todos já nos esperavam no carro, na frente da Sticker.

- Tudo certo? – Gabrielle perguntou quando eu e Jessie entramos no carro.

- Tudo sim – Jessie falou, colocou a mão sobre meu joelho e sorriu.

Seguimos para o pub e lá estava mil vezes mais calmo, escolhemos nossa mesa e nossas bebidas. Vários assuntos surgiram na mesa, fofocas sobre pessoas que eu não conhecia, mas claramente faziam parte do cotidiano deles, David e Gabrielle fizeram várias perguntas sobre minha rotina nos estúdios, tentando entender sobre esse mundo bem diferente do deles e me incluindo na conversa. Jessie colocou o braço envolta da minha cadeira, mas sem tocar nos meus ombros.

- Mas vocês gravam as cenas na ordem? – Nicolas perguntou dando um gole na sua cerveja.

- Hum... não – balancei a cabeça amenizando – vai depender muito de clima quando for externa, ou otimização de cenário.

- Como assim otimização de cenário? – Jessie perguntou com o polegar no meu ombro fazendo carinho.

- Se tem algum cenário que aparece pouco, a gente vai tentar gravar todas as cenas nele de uma vez para ele ser logo desmontado e outro cenário ser planejado no lugar dele.

- Ah sim... entendi.

- Mas geralmente as primeiras cenas a gente não grava por primeiro, a gente vai gravar bem lá para frente.

- Por que? – David se inclinou com as pernas cruzadas, apoiando o braço no joelho.

- Porque a primeira impressão é a que fica, então se a gente aparece logo na primeira cena ainda tentando acertar o personagem, todo mundo vai perceber, mas se isso acontecer lá pelo meio, vai passar despercebido.

- É faz sentido... Emma, você está me fazendo desistir de restauro e ir para cenografia – David riu.

- Cenografia é muito legal - concordei.

- Ah não, David, vai me abandonar? – Jessie falou brincando.

- Jamais, meu amor – ele esticou a mão para ela.

Outro assunto surgiu à mesa, levando a conversa para um rumo completamente diferente, senti novamente o carinho de Jessie em meu ombro e por algum motivo minha mente despistou completamente.

"Isso ainda significa alguma coisa para você?"

A voz dela veio a minha cabeça, assim como o seu olha firme sobre mim enquanto segurava o pingente que ela me deu. Respirei fundo e estiquei meu braço, peguei meu copo, bebi o restante do drink e deixei novamente o copo sobre a mesa.

- Eu já volto – falei para Jessie ao levantar da cadeira.

- Está tudo bem? – Ela segurou no meu pulso, olhando para cima – quer que eu vá com você?

- Está tudo bem sim – sorri – e não precisa, só vou lá fora tomar um ar, o álcool deixou o ambiente muito quente – ela sorriu e concordou.

Segui para a área de fumantes e agradeci por chegar lá e só ter um casal, isolado no canto, fumando. Fui para o lado oposto e encostei na parede. O vento frio deixava a noite mais fria ainda. Fechei meus olhos e toquei o pingente sob minha blusa. Mesmo querendo que fosse ao contrário, eu sentia muita falta dela. Sinto falta de quando saíamos com nossos amigos e como os drinks que ela escolhia sempre eram melhores que os meus, e no final eu sempre conseguia fazer com que ela trocasse comigo. Eu sentia falta do carinho discreto que ela fazia nas minhas costas, ou de quando colocava o queixo no meu ombro, abraçada a minha cintura, enquanto prestávamos atenção no que algum de nossos amigos falava no meio de uma conversa.

Era uma vez na RomêniaOnde histórias criam vida. Descubra agora