S01E12

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Na sexta-feira seguinte, Steffan chegava no hotel em que estava hospedado desde o começo das gravações da série. Ele não tinha se atentado ao nome do hotel, mas ele sabia que tinha uma vista panorâmica do Central Park, e mais se parecia com um apartamento de luxo do que um quarto de hotel. A verdade era que ele estava acostumado a ficar em quartos assim, então não estava surpreso ou impressionado.

-Vos valises sont déjà prêtes. Le vol part dans deux heures. (Suas malas já estão prontas. O voo sai em duas horas). -Seu assistente disse, assim que parou o carro na frente do hotel.

Steffan não respondeu, esperando que alguém abrisse a porta do carro para que ele descesse, o que não demorou muito. Ele se lembrava de ter sonhado em dirigir quando era mais novo, mas nunca teve tempo para fazer aulas, e agora nem abria a porta do carro.

-O senhor tem uma visita. Estão esperando no lobby. -O funcionário do hotel avisou.

Steffan franziu a testa. Ele imaginava que não fosse Ayla, já que ela tinha um show no dia seguinte e costumava passar o dia anterior sem falar nada e apenas fazendo aquecimento vocal. Fora ela, ninguém costumava o visitar, apesar de ser comum que paparazzi se passassem por parentes ou amigos apenas para obterem fotos e alguns tentavam entrevistas.

Ele imaginou que esse fosse o caso, já que ouviu várias fotos sendo tiradas quando entrou no lobby.

-Steffan! -Ele sentiu um arrepio quando reconheceu a voz. -Finalmente nos encontramos! Quando foi pra Riviera, eu te liguei várias vezes.

-O que está fazendo aqui?! -Steffan mal podia olhar para a mulher sem sentir seu estômago embrulhar. Por mais que ele tivesse ficado mais alto que ela, parecia que ainda não tinha poder algum.

-Vim te visitar, já que você nunca vem. Ouvi dizer que está numa suíte que tem espaço pra mais uma pessoa. Podemos colocar o assunto em dia. -Cosette segurou no braço do filho. Já fazia quase um ano desde que eles se encontraram pela última vez, e ela teve que viajar até a casa dele em Los Angeles e esperar que ele aparecesse. Ao menos, sendo famoso, era fácil saber onde ele estava.

-Não. Eu estou saindo hoje. -Steffan não precisou mentir, mas o quarto ficaria reservado para ele até o fim das filmagens.

-Vai de jatinho? Eu posso te acompanhar. -Ela se ofereceu.

-Não. -Ele puxou o braço. -Não sei porque ainda continua a me procurar. Vai viver sua vida na França, enquanto eu vivo a minha.

-Steffan, já faz tanto tempo daquela briguinha boba. Eu achei que você já teria superado tudo isso. Quanto tempo você pretende continuar a me tratar assim?

-Até que você admita tudo o que fez. Se não veio pra fazer isso, perdeu a viagem. -Steffan se apressou para o elevador, ansioso em deixar sua mãe para trás.

-Como pode dizer isso? Fui eu quem te ajudou aquele tempo todo a ser o ator que é hoje.

-E eu já te paguei por isso. -Steffan finalmente a encarou. -Não me faça chamar os seguranças pra você mais uma vez.

-Entendi. Eu vou te dar mais tempo pra pensar. -Ela disse, antes de sair do lobby do hotel.

Steffan respirou fundo, tentando controlar seus ânimos. Sua mãe sempre era a causa desse tipo de sensação ruim. E, por mais que conseguisse colocá-la para fora e seguir com sua vida, ainda se sentia mal sempre que a encontrava. Ele tentava entender o motivo de não conseguir cortar completamente relações, mas ele nem mesmo conseguia superar a regra idiota dela de apenas conversar com ela em inglês ao invés de usar o francês.

Ele tentou parar de pensar nisso, mas antes mesmo do elevador chegar, seu assistente se aproximou dele:

-En raison du mauvais temps, tous les vols ont été annulés. (Devido ao mau tempo, todos os voos foram cancelados). -Ele avisou. - J'ai déjà parlé au réalisateur et ça a été reporté à la semaine prochaine. (Já falei com o diretor e foi remarcado para a próxima semana).

Um Ato de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora