S02E10

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Corneille estava na casa de sua mãe. Já fazia alguns dias que ele estava lá, na verdade, desde a última vez que ela foi parar no hospital e o médico recomendou que alguém a observasse por causa do estado mental dela.

Ele se sentia egoísta, já que só conseguia pensar que sua mãe não podia colocá-lo em primeiro lugar nem no dia do seu casamento, que estava cada vez mais próximo.

Em alguns momentos, ele sonhava em simplesmente sair por aquela porta e nunca mais voltar, bloquear o número dela e não responder mais se o hospital ligasse. Steffan tinha conseguido fazer isso anos atrás, então não deveria ser impossível. Na verdade, ele achava que seria mais fácil em seu caso, já que não era o filho preferido.

E, por mais que esse fosse seu desejo na maior parte do tempo, ele não queria deixar sua mãe sozinha, sem ter a quem recorrer. Ele sabia que ela tinha dedicado sua vida a Steffan, desde que ele nasceu. Corneille não se lembrava de ver sua mãe sair com amigas, ter um hobby, ela nem trabalhava. A vida dela era apenas transformar Steffan num ator famoso.

Ele ainda se lembrava de quando ela estava grávida dele, e tudo parecia bem. Mas, quando ele nasceu, tudo mudou. Corneille concordaria facilmente que Steffan era um bebê fofo. Ele se lembrava de ficar assistindo o irmão no berço, quando ele olhava curiosamente com seus olhos verdes para qualquer barulho que Corneille conseguia imitar com a boca, e, mesmo sendo novo também, sabia que ele seria o irmão mais bonito. E aí começaram os comerciais de fraldas.

Ele não queria guardar remorso, mas, não podia deixar de pensar que, se Steffan não existisse, ele ainda teria uma família normal.

Mas era melhor não pensar assim, já que ele queria se dar bem com sua mãe e seu irmão. Ele sabia que ainda podia consertar tudo se apenas colocasse os dois para conversar.

Enquanto isso, ele teria que cuidar da sua mãe.

***

Steffan estava deitado com o rosto virado para o travesseiro. Fazia algum tempo que ele não ficava nessa posição, mas não era algo estranho. Ele sentiu a mão gelada de Cameron passando por seu quadril. Ele imaginava se o inglês estava tão ansioso que suas mãos estavam frias.

-Faz... faz muito tempo que eu... não faço isso. -Cameron se explicou. Ele não sabia o que dizer, já que estava com medo de fazer algo errado ou machucar Steffan. Ele raramente tinha a chance de ficar por cima. Normalmente nem era um assunto discutido, já esperavam que ele ficasse por baixo.

-Vai desistir depois que eu me preparei? -Steffan perguntou com certa impaciência.

-Não! Não vou. -Ele estava decidido. Era uma chance única.

Cameron começou a passar a mão pelas costas de Steffan, traçando o caminho até suas nádegas. Ele olhou para baixo, vendo que seu próprio pênis estremeceu quando pensou no que iria fazer em seguida.

Por mais que uma camisinha estivesse o envolvendo, ele torcia para que pudesse sentir o calor de dentro de seu ídolo, além de acertar onde ele sentisse mais prazer.

-Eu vou colocar.

Steffan olhou para trás, vendo que Cameron ajoelhava na cama.

-Vá com calma.

Cameron concordou, pressionando contra a entrada de Steffan. Quando finalmente fez força o suficiente para entrar, ele ouviu gemidos. Por um momento, achou que fosse ele quem estava gemendo, mas logo percebeu que era o ator.

-Está doendo?

Steffan apenas usou sua cabeça para negar. Ele achou que se falasse, sua voz sairia completamente diferente, talvez como um sussurro.

O motivo não era que ele não gostava de estar nessa posição, apenas sentia vergonha de demonstrar que gostava vez ou outra.

Cameron resolveu aceitar a resposta, movendo seu quadril para frente lentamente até seu baixo ventre encostar nas nádegas de Steffan.

Ele teve que se controlar para não gritar e ejacular instantaneamente. Era a primeira vez que o via assim, de costas, com o quadril erguido, brilhando de suor desde sua nuca. Era difícil compreender o motivo, mas ele parecia mais sensual que o comum.

Cameron resolveu deixar para pensar em seus motivos para estar tão excitado depois, tentando apenas aproveitar aquele momento.

Ele finalmente se moveu para trás, notando que Steffan o acompanhou um pouco. Sem considerar que poderia levar uma bronca, Cameron começou a se mover rapidamente, segurando em Steffan para forçá-lo a fazer o movimento oposto.

-Ah! Steffan!

O ator gemeu em resposta, tirando sua mão debaixo do travesseiro e descendo para se masturbar, mas acabou encostando na mão de Cameron, que estava o tocando com o mesmo objetivo.

-Deva... gar... -Ele pediu, sentindo que estava perto de um orgasmo.

Mas Cameron não conseguia parar. A única coisa em que pensava era em alcançar o êxtase, e faltava tão pouco.

Ele se moveu mais algumas vezes até sentir o líquido quente se espalhar pela sua glande, ocupando o espaço que estava vazio até então na camisinha.

Antes que ele pudesse se mover para trás, Steffan abaixou seu quadril, ficando encolhido por alguns segundos.

-Isso foi um orgasmo...? -Cameron perguntou com expectativa. Se a resposta fosse positiva, talvez ele estivesse tendo algum progresso no problema de Steffan. Ele não sabia se deveria chamar o problema de disfunção erétil, já que ele sempre conseguia ficar ereto, apenas nunca ejaculava.

-É... -Steffan finalmente se virou, ficando com o peito para cima.

Cameron pulou na cama para abraçar Steffan:

-Eu sabia que ia conseguir se a gente tentasse mais vezes! -Ele achou que, muito em breve, Steffan estaria ejaculando dentro dele. Talvez eles devessem fazer exames de ISTs para deixarem as camisinhas de lado. -Fazia muito tempo que-

-Pare de comemorar. Eu consigo ter orgasmos secos às vezes. -Ele empurrou Cameron para longe o suficiente para mostrar seu peito e barriga. -Viu? Nenhum sêmen.

-Ah... desculpa. Achei que... -Cameron não sabia onde se enfiar de vergonha. -Eu estou feliz que tenha se sentido bem também. Podemos fazer isso mais vezes.

-Achei que era só pra comemorar ocasiões especiais. -Steffan respondeu.

-Bom, todo mês temos ocasiões especiais, então eu aceito. -Cameron voltou a abraçar Steffan. -Vai falar que não gostou?

-Você é pequeno o suficiente para não machucar. -Steffan comentou apenas para irritar o outro.

-Ei! Eu sou M-E-D-I-A-N-O! Em altura e em tamanho do meu pênis! Quer medir?

-Hm, não gosto de chutar cachorro morto.

-Você podia ser mais romântico, sabia? Sempre fica brincando comigo. -Cameron rolou até sair de cima de Steffan e ficar deitado ao lado dele.

-Eu gostei. Podemos fazer mais vezes.

-Jura?! Eu também gostei! Mas eu também gosto de fazer em pé. Não fazemos assim desde que voltamos de Los Angeles.

Cameron se sentou, animado com a conversa:

-Vamos pro round 2?

Um Ato de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora