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Cameron mal acreditava que tinha aceitado e estava no banco de trás do carro ao lado de Steffan. Dessa vez, seu ídolo ficava apenas olhando pela janela, sem interagir. Cameron achou que aquilo significava que eles finalmente poderiam fazer algo com privacidade. Talvez ele iria conhecer o quarto de hotel dele? Ele tinha ouvido falar que ele só ficava nos melhores quartos, além de ter visto na reportagem sobre a mãe dele que o hotel em si já era um dos mais caros, e que até tinha vista para o Central Park.

Para sua surpresa, o motorista parou na frente de um pequeno prédio numa rua residencial. Ele nem sabia mais onde estavam, mas não parecia nada impressionante como ele estava esperando.

-Voici la clé. (Aqui está a chave).

Steffan se inclinou para frente e pegou a chave da mão do motorista, descendo do carro. Cameron se apressou atrás dele, entrando no prédio e subindo dois lances de escada antes que ele tentasse encaixar a chave numa porta, sem sucesso.

-Hm... então é aquele. -Ele apontou para outra porta, finalmente conseguindo abrir a porta, entrando antes de Cameron, que estava confuso que seu ídolo não soubesse qual apartamento era o seu.

Ele acendeu as luzes depois de procurar um pouco. Parecia um apartamento pequeno e comum, apenas tinha um sofá e uma estante na sala, como se uma pessoa comum morasse lá, não alguém tão rico e famoso como Steffan Leblanc.

-É o apartamento do seu motorista? -Cameron resolveu perguntar, imaginando que pudesse ser o caso.

-Não. Ele mora em Los Angeles também. Esse apartamento é meu. Eu tenho alguns lugares nas cidades que mais visito. -Steffan observou o lugar. Fazia bastante tempo que não voltava, mas sabia que alguém limpava todo mês.

-Eu achei que você estava num hotel. -Cameron observou enquanto Steffan se sentava no sofá.

-Eu estou, mas não posso levar ninguém para o meu quarto, ou os paparazzi têm o melhor dia da vida deles. -Steffan suspirou.

Cameron parou para pensar, e Steffan estava certo. Talvez aquela fosse a única forma que ele pudesse ter relações com quem quisesse sem que o mundo inteiro ficasse sabendo. Nem um motel seria seguro. Era claro que ser famoso tinha suas dificuldades, mas Cameron também queria saber como era em primeira mão, não apenas por interagir com Steffan, mas tendo fama também.

Ainda com isso em mente, ele começou a andar pela sala, observando alguns itens de decoração.

-Não adianta ficar olhando. Eu já comprei o apartamento decorado. -Steffan imaginava se tinha sido uma ideia ruim trazer Cameron. Era óbvio que ele estava apenas entediado e tinha deixado sua excitação falar mais alto.

Era interessante ver os homens quebrando facilmente sob a sua vontade. Alguns demoravam mais, outros menos. Mas no final, todos quebravam. Todos iam de admiração ao ódio rapidamente. Por um lado, era compreensível, se ele tivesse a opção, também se largaria, mas, por outro lado, apenas o incomodava ver toda a devoção e amor indo embora apenas porque ele não mudava.

O amor sempre tinha prazo de validade ou estipulações. Em seu caso, normalmente queriam mudanças, esse sempre era o limite do amor das pessoas. Se ele não mudasse, acabava.

Por mais que Steffan não quisesse admitir, era cansativo. No começo até era divertido, saber que alguém viria até ele sempre que fosse chamado, que faria atos inimagináveis apenas para agradá-lo, mas, quando o jogo começava a virar, as exigências vinham e a graça acabava completamente.

Cameron finalmente se sentou ao lado de Steffan, deixando um espaço entre os dois.

-É um apartamento bem legal. Eu moro numa kitnet. Ah, é tipo um apartamento, mas fica tudo num cômodo só, só o banheiro-

Um Ato de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora