A Escola das Sombras: O Assassino das Trevas [LIVRO UM]

7. A HORA DA VERDADE

O dia amanheceu com muitas nuvens no céu e um vento fraco, anunciando que um tempo frio se aproximava. O silêncio da manhã era estranho demais, pois qualquer barulho fazia todos acordarem pelo Colégio Elite Brasil e, quando a sineta tocou naquela manhã, as meninas já estavam de pé e totalmente arrumadas. Bianca, Lorena, Isabelle e Letícia não dormiram quase nada naquela noite, ainda preocupadas com o que poderia ter levado à Rachel desaparecer, e, assim que os primeiros raios de sol surgiram através de suas janelas, elas não tardaram de se levantarem e colocarem o uniforme.

Sem esperar que Cátia e Miranda levantassem, as meninas saíram em conjunto até o quarto onde Rachel dormia. No meio do caminho, encontraram Thayná e, ao chegarem lá, foi Lorena quem bateu à porta. Quando Mariana abriu-a, um sentimento de aflição se apoderou das meninas. Rachel parecia não estar no quarto.

Mariana olhou para as quatros meninas à sua frente e, franzindo a testa, perguntou:

– O que vocês estão fazendo aqui?

– Bom dia, Mariana – começou a falar Lorena sem ter rodeios. – Rachel apareceu no quarto ou dormiu aqui ontem?

– Não, ela realmente não apareceu desde ontem à tarde – respondeu Mariana olhando para o quarto e percebendo que tinha algo errado. – Espera... ela não falou onde estava para vocês?

As meninas ficaram em silêncio e vê-las naquela aflição fez com que Mariana deixasse qualquer "guerra" de lado. Haviam-se horas que era necessário abaixar qualquer arma para ajudar qualquer pessoa.

– Vocês querem ajuda para procura-la?

– Não precisa, está tudo bem... vamos, meninas...

Assim que Mariana fechou a porta do quarto e as meninas viraram o corredor à esquerda, Lorena já estava com o seu celular em mãos para ligar para a sua mãe. Naquele momento, Lorena teve uma lembrança repentina de uma conversa que tivera com a mãe poucos dias antes das aulas realmente começarem...

As duas estavam tomando café, Lúcia já estava pronta para ir trabalhar e Lorena tinha acabado de acordar. À mesa do café, Lorena perceberá o quanto a mãe estava aflita e que isso só podia significar que suas investigações só se complicavam a cada dia. E quando fez menção de dizer alguma coisa, foi que Lúcia quem falou primeiro:

– Filha, preciso falar algo importante e quero que preste bastante atenção. Entendeu?

Mesmo sem entender, Lorena assentiu e esperou para ouvir o que a mãe tinha a dizer.

– Qualquer coisa de estranho que acontecer dentro do colégio, me ligue! E quando digo qualquer coisa estranha, é qualquer coisa mesmo! Posso contar com você?

– Mas mãe...

– Posso contar com você, Lorena?

Lorena assentiu, sem entender o que a mãe queria dizer com "coisas estranhas"... mas agora, ela entendia...

O desaparecimento de Rachel era uma coisa estranha e já fazia um dia que amiga não aparecia. Isso se encaixava justamente no que a sua mãe dissera. Por isso, quando a mãe atendeu no segundo toque, Lorena não excitou em dizer o que estava acontecendo.

– A Rachel sumiu, mãe. Ela não aparece nas aulas desde ontem à tarde e não dormiu no quarto dela hoje! Tem como montar uma equipe de busca para encontrá-la?

O silêncio na linha deixou Lorena ainda mais preocupada e só voltou a respirar com mais calma quando ouviu a mãe dizer:

– Estarei com uma equipe aí em uma hora. Lorena, quero que vá para o seu quarto e me aguarde lá com as suas amigas. Entendeu?