12. ATRÁS DE RESPOSTAS

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Quase um mês e meio se passou desde as mortes de Rachel e Letícia, não trazendo qualquer novidades para Lúcia e sua equipe. As coisas estavam calmas demais até aquele momento, o que deixava Lúcia ainda mais apreensiva porque sabia que após a calmaria sempre vem uma grande tempestade. E durante um mês, uma busca intensa sobre o possível paradeiro de Antônio Barros se iniciou, mas, não chegaram a nenhum lugar. Registros bancários, rede social e antigos endereços foram o principal foco da equipe de Lúcia, mas, toda vez que qualquer novidade chegava, a mínima que fosse, dando uma leve esperança de conseguir chegar ao fim daquela odisseia de mortes e medo, tudo se tornava um beco sem saída e quando ela virá, o mês de abril já estava às portas e nenhuma nova pista surgiu para continuar a investigação.

Era uma quarta-feira de sol quente, com a delegacia movimentada e com todos os funcionários focados em concluir o seu trabalho, quando um homem de terno e gravata vermelha adentrou a recepção principal. Ele aparentava ter quase cinquenta anos e exibia um rosto sério, dispensando qualquer cordialidade. Se apresentando à recepcionista da delegacia, o homem foi guiado até a sala de Lúcia que, ao vê-lo, soube exatamente quem aquele homem de terno era e o que tinha vindo fazer ali. Suas mãos começaram a tremer, com um nervosismo invadindo-a e fazendo com que não soubesse o que falar.

– Bom dia, Sra. Garcia – cumprimentou o homem com uma voz grave e forte. – Deve saber o motivo da minha presença aqui, correto?

Lúcia ficou em silêncio. Por que estava tão nervosa? Ele só lhe daria a resposta sobre o que ansiava tanto: a adoção de Diego. Tinha que se manter no controle e mostrar que era uma pessoa equilibrada. Então, recuperando o controle de suas emoções, Lúcia assentiu e respondeu:

– Sim, Sr. Estevam. Sente-se, por favor. Desculpe a bagunça mas estamos no meio de uma investigação, então, não temos tido tempo de arrumar a nossa mesa.

Ignorando totalmente o que Lúcia dissera, o Sr. Estevam sentou-se e abriu sua maleta preta que carregava na mão. Os seus olhos escuros foram em direção à Lúcia enquanto lhe entregava um documento.

– A adoção de Diego foi aprovada, Sra. Garcia – continuou o Sr. Estevam, inclinando-se para trás e semicerrando os olhos. – Dentro de quinze dias você poderá leva-lo para a sua casa...

Naquele momento, tudo ficou desfocado para Lúcia. Seus olhos só conseguiam olhar para o papel em suas mãos e sobre o que ele dizia: que agora ela poderia ser a "mãe" de Diego. Ela não sabia explicar a felicidade que lhe invadia, não conseguia entender porque se afeiçoou por Diego com tanta intensidade, mas, o que sabia é que naquele momento ele podia ser chamado de seu filho.

Quando Lúcia voltou à realidade, ela somente ouviu a pergunta do Sr. Estevam:

– ... o que me intriga, Sra. Garcia, é o motivo de querer adotar um jovem que já tem uma família e que, em breve, possuirá maioridade. Poderia me explicar?

Lúcia ergueu uma sobrancelha para o homem à sua frente, pondo o documento da guarda de Diego em sua mesa e entrelaçando os dedos. Todos lhe haviam feito a mesma pergunta dezenas de vezes e, como sempre, ela não conseguia explicar o porquê de tanta determinação naquela adoção. Talvez fosse porque o verá desesperado para não estar na casa de seus pais adotivos na véspera de Ano Novo.

– Não sei explicar, de verdade. Só sei que gostei demais dele e sei o quanto aquele garoto sofre nas mãos da família adotiva. Mas agora ele poderá ter uma vida melhor, acredite em mim.

O Sr. Estevam, pela primeira vez desde que entrará naquela delegacia, finalmente dera um sorriso. Nunca virá alguém falar de alguém com tanta ternura e verdade, e aquilo lhe fez se sentir melhor. Estendendo a mão para Lúcia, ele se pôs de pé e saiu da sala. Com isso, Lúcia finalmente chorou de emoção e felicidade. Conseguirá a adoção de Diego e estava extremamente feliz, agora teria dois filhos...

A Escola das Sombras: O Assassino das Trevas [LIVRO UM]Onde histórias criam vida. Descubra agora