13. A EXPLOSÃO

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– Cátia! Ei, acorda!

A garota abriu os olhos, levando um susto ao perceber que estava gritando e onde estava exatamente. Cátia engoliu em seco. Tudo não passará de um pesadelo. O corredor. O homem. Aquela voz. Ela estava segura, no conforto de seu quarto e com as suas amigas. Isabelle estava ao seu lado, com as mãos em seu ombro, enquanto Bianca e as outras estavam de pé, mais distantes e olhavam preocupadas. Cátia tremia, totalmente nervosa, sentindo um pânico invadi-la como se estivesse nas profundezas do oceano e lhe puxassem para mais fundo. O seu rosto estava pálido e suor brotava de sua testa. O pior de tudo era que, enquanto estava naquele pesadelo, tudo parecia tão real e vívido que ela não sabia se queria voltar a dormir. Tinha medo de voltar àquele corredor e ao homem com aquela voz tão diabólica. Vivenciar tudo aquilo tinha sido forte demais.

– Ei, você está bem? – perguntou-lhe Bianca, olhando-a com atenção. – O que aconteceu?

Cátia olhou para as meninas, pensando se contava o que tinha sonhado. Engolindo em seco, ela respirou fundo, secou as lágrimas e respondeu:

– Nada. Foi... foi... foi só um pesadelo...

– Um pesadelo bem ruim, né? – indagou Isabelle, semicerrando os olhos e cruzando os braços. – Você estava gritando feito louca, Cátia!

As meninas atrás de Isabelle assentiram. Cátia novamente engoliu em seco, nervosa. Ela olhou ao redor, tentando encontrar uma maneira de sair correndo e se esconder em algum lugar. Não queria falar com mais ninguém ou dar explicações. Ninguém entenderia o que ela estava sentindo, iam caçoar dela. Ela já percebia o olhar julgador das meninas, como se ter um pesadelo fosse algo idiota.

Você será a próxima. Era a voz novamente. Cátia a ouviu, só que dessa vez, a ouvirá em sua mente. Cátia sentia todo o seu corpo reagir ao estímulo daquelas palavras, como se cabos elétricos tivessem sido conectados ao portador daquela voz.

Você será a próxima.

***

O dia amanheceu nublado, sem qualquer sinal de sol, trazendo uma manhã agitada. Dominados pela preguiça, alunos que se movimentavam pelos corredores do Elite Brasil, tomando café da manhã e indo para as suas respectivas aulas. Depois do pesadelo, Cátia voltará a dormir e, quando acordou, sentia-se mais tranquila. E sem qualquer medo, ela seguiu a rotina diária de sua manhã. A Delegacia de Lúcia estava repleta de policiais que zanzavam por todos os lados e, no meio de todo aquele caos, uma pequena caixa, endereçada à Lúcia foi deixada em sua mesa. No meio de toda aquela correria, Lúcia não dera a mínima atenção à sua pequena encomenda e se manteve ocupada em seu trabalho.

Desde à carta que receberá, ameaçando os seus filhos, Lúcia não sabia como agir e tinha medo do que poderia acontecer com eles. Por esse motivo, agora vivia olhando o Sistema de Proteção que existia no celular dos meninos para verificar onde estavam Lorena e Diego. Podia até não admitir para Luciana e Victor, mas, algo dentro de Lúcia lhe dizia que algo de ruim estava para acontecer e não sabia explicar o porquê de se sentir assim. Era um sentimento frustrante!

Deixando as coisas em sua mesa, e pegando o seu casaco, Lúcia saiu de sua sala e seguiu até o seu carro. Totalmente nervosa, ela ainda não contará para Diego sobre a aprovação da adoção dele e, não querendo contar por celular, ela dirigiu até o Colégio Elite Brasil. Durante toda a viagem, Lúcia experimentava uma mistura de sentimentos dentro dela. Não sabia se ficava feliz pela adoção de Diego ou se se preocupava dele também estar correndo perigo. E ao chegar no colégio, atravessando os portões, Lúcia observou os jardins com certa apreensão e preocupação. Mesmo que visse alguns policiais a paisana montando guarda, por que nunca se sentia bem desde que Rachel morrerá ali? Ela não sabia explicar, talvez fosse por causa de tudo ser ainda muito recente.

A Escola das Sombras: O Assassino das Trevas [LIVRO UM]Onde histórias criam vida. Descubra agora