A Escola das Sombras: O Assassino das Trevas [LIVRO UM]

10. OS DIAS SOMBRIOS

Descobrir que seu colégio possui segredos e que a história parecia estar se repetindo, deixou Isabelle preocupada com a segurança de todos eles. Aquela notícia do aluno desaparecido há quase vinte anos atrás, de nunca o terem encontrado a deixou com medo, porque isso poderia estar acontecendo novamente e todos ali poderiam ser os próximos. Rachel tinha sido a primeira vítima, sendo morta de forma brutal... e se a pessoa que desapareceu com o corpo de Antônio Barros há vinte anos atrás, fosse o mesmo que matará a Rachel? Será que Lúcia sabia disso? Afinal, ela mesma tinha estudado ali naquela época, com toda certeza conhecia a história do desaparecimento de Antônio Barros. Isabelle ainda estava sentindo que havia alguma conexão naquele desaparecimento e a morte de Rachel, porque tinham acontecido praticamente no mesmo mês, só que em anos diferentes.

Sabendo que não adiantava ficar na biblioteca por muito mais tempo, todos eles saíram de lá e seguiram até a Sala de Estar. O lugar estava praticamente vazio, com somente dois alunos jogando xadrez numa mesa distante. Um silêncio mórbido, juntamente com o barulho do vento açoitando as janelas, deixou tudo ainda pior. Parecia uma cena de um filme de terror. Isabelle não gostou de ver aquele lugar vazio, porque estava causando-lhe um frio na espinha. Olhando ao redor, ela indicou aos amigos para seguirem até os corredores. Se fossem para debater o assunto, que fosse no único lugar seguro para todos eles: a sala de aula no segundo andar.

Eles caminharam pelos corredores, subindo as escadas que levavam ao andar superior e indo direto para a sala que estava servindo como lugar para as reuniões secretas sobre o que estava acontecendo no colégio. Ao chegarem lá, já era possível ver algumas modificações no lugar. Antes deles transformarem a sala em uma base de operações, diversas carteiras escolares estavam espalhadas por toda a extensão da sala, mas agora haviam poucas carteiras. Uma grande mesa, com diversas telas de computadores, estava ligada. Mostrava os corredores, os jardins e até mesmo as entradas do colégio. Além disso, numa parede à direita, havia todo um mapa de cada lugar do Elite Brasil. Por conta da calmaria que se instalou no colégio após a morte de Rachel, Diego quase não olhava mais as câmeras de segurança como antes fazia e todos deixaram esse trabalho para Júnior.

Antes de fechar a porta, Wendel olhou os dois lados do corredor e fechou-a sem fazer barulho.

- Agora que estamos em um lugar mais reservado - começou a falar Wendel, olhando para os amigos e depois para as telas de computadores. Pelo visto, o colégio realmente estava deserto. - Não gostei nem um pouco de descobrir essas coisas do colégio. Vocês entenderam que houve um desaparecimento e que nunca encontraram aquele garoto?

Todos se entreolharam, apreensivos, porque sabiam que Wendel tinha razão. Paulo segurava o livro que encontrará o texto onde contava sobre a fundação do colégio e Diego estava com uma folha em mãos; ele tinha impresso a reportagem para guardar.

- E se isso tudo estiver se repetindo? - Isabelle apontou para a folha nas mãos de Diego. - Rachel morreu. E se mais alguém desaparecer e nunca o encontrarem?

- Se isso continuar acontecendo, os pais vão começar imediatamente a tirar os alunos do colégio . O meu pai mesmo queria me tirar daqui, mas, só mudou de ideia porque a Lúcia interveio.

Bianca não tinha contado essa parte para os seus amigos, sobre seu pai querer tirá-la do colégio e, se não fosse por Lúcia, isso teria realmente acontecido. Por isso que era importante resolverem aquele mistério, para impedir que o colégio continuasse sendo palco de um banho de sangue e eles acabassem tendo que sair dali.

- E o que vamos fazer com isso que descobrimos? - perguntou Vinicius coçando a testa e sentando em cima da carteira. - Será que a Lúcia sabe desse desaparecimento?

- Vamos contar isso para o Júnior na segunda-feira - falou Bianca. - E já que estamos aqui no colégio, vamos ter que continuar aqui e esperar os outros para falarmos sobre isso. É melhor.