18. A EMBOSCADA

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O som de sirenes, dezenas delas, ressoavam intensamente pelas ruas mais movimentadas do estado. Era uma verdadeira força-tarefa preparada para colocar o fim naquele horror que se espalhara na vida de Lúcia e no colégio Elite Brasil nos últimos meses. Mesmo com tantos policiais presentes e toda ajuda que receberá de seus superiores, ela ainda não acreditava firmemente de que conseguiria agir como gostaria. Não sabia como iria encontrar o colégio e os alunos, mas, pela forma como Júnior a chamara... aquilo só indicava que as coisas tinham piorado drasticamente.

A mente de Lúcia estava um turbilhão, com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, e não sabendo como resolveria todos eles de uma vez. Tudo estava indo bem até dois dias atrás, com Victor e Luciana perto de encontrar respostas, estavam até se preparando para começar uma nova analise de todos os casos e, do nada, tudo virou de cabeça para baixo, literalmente. Colocaram uma bomba na delegacia, no mesmo instante em que descobre que seu filho está vivo e que o mesmo foi adotado por ela recentemente. E agora, o colégio que seus filhos estudavam estava sob ataque... o que mais poderia acontecer? Quem mais poderia correr perigo por causa de sua incompetência?

A estrada que levava até o Colégio Elite Brasil estava deserta, com quase nenhum carro transitando por ela, o que ajudou os carros de policia a passarem por lá em alta velocidade; sem se preocupar com sinais de transito ou radares que pudessem fiscalizar em que velocidade eles estavam. As sirenes continuavam ligadas e, toda vez que um carro estava à frente deles, eles saiam da frente no mesmo instante. Lúcia nunca se sentiu tão aliviada por ver as ruas desertas; isso só diminuía o tempo que ela levaria para chegar ao colégio e descobrir o que estava acontecendo.

- Senhora, estamos quase chegando - disse um dos policiais, chamando a atenção de Lúcia.

Lúcia olhou pela sua janela e viu, bem ao longe, os prédios do Colégio Elite Brasil. O lugar estava totalmente escuro, até mesmo a rua mais à frente estava um verdadeiro breu. O coração de Lúcia se apertou por um instante, mas, respirou fundo e pediu a Deus que lhe ajudasse naquela hora.

- Desliguem as sirenes - ordenou ela. - Não vamos chamar a atenção para a nossa chegada...

Pegando o rádio da policia, o policial que dirigia repetiu a ordem de Lúcia, e, no mesmo segundo, todas as sirenes desligaram e o lugar foi tomado somente pelo som dos carros passando pela rua em direção ao colégio. Novamente aquela sensação de flashback lhe invadiu e a lembrança do que acontecera, naquele mesmo lugar anos atrás, fez com que Lúcia engolisse em seco. Parecia que, pela primeira vez realmente, ela ia se encontrar com o seu passado.

***

O colégio estava em silêncio após os tiros. Júnior estava com Lorena e seus amigos no segundo andar, bem à entrada da porta quando os disparos foram ouvidos. Os meninos paralisaram, com medo, enquanto Júnior fechou os olhos, imaginando o que aquilo estava significando. Alguém ferido? Alguém morto? Os dois? Ele empurrou Lorena e os demais para dentro da sala escura, fechando a porta quando passou.

- Vocês fiquem aqui - sussurrou Júnior para eles. - E não saiam por nada! Escutaram?

- Mas nós queremos ajudar! - rebateu Lorena também num sussurro. - Podemos ser úteis, Júnior!

- As ordens de sua mãe foram bem claras, Lorena! Leva-los para um lugar seguro e acabou! Fiquem aqui e eu volto assim que possível!

Ele fechou a porta ao passar, deixando os meninos sozinhos e no escuro. Rapidamente, eles correram para acender as lanternas de seus celulares, no mesmo momento em que Lorena ia até a porta. Estava trancada. Ela deu um chute na porta e grunhiu. Não queria ficar trancada ali, queria ajudar a descobrir quem estava por trás daquilo.

A Escola das Sombras: O Assassino das Trevas [LIVRO UM]Onde histórias criam vida. Descubra agora