8. A PRÓXIMA VITIMA

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A notícia da morte de Rachel chegou à todos como uma verdadeira tempestade, trazendo um clima triste e estranho por todo o colégio. Isabelle e seus amigos ficaram tão surpresos que ninguém conseguia falar nem sentir nada, era como se estivessem jogando todos eles em um grande buraco negro. As meninas choraram por horas, sentindo-se culpadas, e os meninos ficaram calados. Uma coisa era ouvir que pessoas distantes tinham morrido, outra coisa era descobrir que a melhor amiga tinha sido assassinada dentro do próprio colégio. E o pior de tudo era o medo que se instalou durante aqueles dias...

Tudo aquilo era estranho e aflitivo, porque perder uma amiga tão querida era devastador demais e os dias que seguiram só deixou tudo mais difícil para todos que conheciam Rachel. Foram dias escuros, chuvosos e tensos. Aquilo nunca acontecerá no colégio em toda a sua história, dando aos alunos um grande motivo para sair e não olhar para trás. Primeiro, com a morte de Rachel, todos no colégio tiveram as aulas suspensas durante dois dias seguidos; o que por um lado foi um alivio mas também os deixaram tensos, querendo saber ainda mais notícias do que de fato tinha acontecido. Alunos ficaram histéricos, nervosos e com medo de que algo parecido pudesse acontecer com eles. Depois, foram as perguntas: quem tinha matado a Rachel? E por que? O assassino estaria entre eles? Eram essas as perguntas que se ouvia pelos corredores, jardins e sala de aula.

Um clima tenso e sombrio pairou sobre o colégio mais uma vez, pelo restante da semana, principalmente quando o enterro de Rachel aconteceu e todos os alunos estiveram presentes. A chuva e o vento gélido no cemitério deixou todos ainda mais tristes, vendo como uma pessoa nova perderá sua vida de maneira tão brutal. O círculo de amigos de Rachel estavam ao redor do caixão, todos eles chorando e sentindo uma grande dor no peito. Do outro lado, os pais também choravam e estavam totalmente desolados.

Longe da vista de todos eles, a única pessoa que aparentava felicidade e que estava em êxtase era Alex. Ninguém descobrira a verdade, nenhuma prova foi encontrada e seu plano de vingança continuava em ação. Letícia continuava sendo seu alvo e seria sua próxima vítima, só ia esperar todo o clima tenso da morte de Rachel passar. E em meio à tudo isso, estava Lúcia e sua investigação. No mesmo dia em que encontraram o corpo de Rachel, ela pediu as gravações das câmeras do colégio e, para sua infelicidade, elas não tinham registrado nada que lhe importasse; nenhum aluno tinha visto Rachel durante o dia do seu desaparecimento e nenhum rastro de sangue foi encontrado. Tudo isso deixou Lúcia ainda mais frustrada, porque a teoria dela continuava sendo a mais plausível e sabia que, se encontrasse provas, poderia encaixar tudo. Mas ainda não tinha provas o suficiente.

O tempo chuvoso perdurou por todo o mês de março, com poucos momentos de sol e o habitual calor do Rio de Janeiro. E quando mais uma semana de aulas se iniciou no colégio, havia duas coisas que chamaram a atenção: próximo ao corredor onde havia os troféus do colégio, um memorial para Rachel foi montado com algumas fotos dela e um pequeno texto feito pelos professores. E havia um grupo de policiais por todo o perímetro, perto dos jardins, outros à entrada colégio e até mesmo em alguns corredores.

Percebendo isso, Vinicius olhou para os amigos enquanto entravam no colégio e disse:

- A segurança do colégio aumentou, pelo visto. Sinceramente, estava na hora.

- E vocês viram o memorial que colocaram para a Rachel? - perguntou Isabelle dando mais uma olhada para o corredor de troféus. - Ainda não consigo acreditar que algo assim tenha acontecido com ela.

Lorena e Bianca, que estavam ao lado de Isabelle, também olharam por um breve momento o memorial. Rachel era uma grande amiga e iria fazer falta. Mas foi Paulo que tirou todos daquele momento triste, dizendo com um sorriso mas era possível ver a tristeza em seus olhos:

- Pessoal, chega! Rachel não ia querer nos ver assim. A melhor coisa que podemos fazer é encontrar esse assassino e fazê-lo pagar pelo o que fez!

- Exatamente! Agora, vamos nos arrumar porque ainda temos aula hoje e, vocês já sabem, é a aula do André. - Wendel fez um sinal para que Vinicius e Paulo os seguissem para o quarto. - Aguardamos por vocês aqui daqui a pouco.

A Escola das Sombras: O Assassino das Trevas [LIVRO UM]Onde histórias criam vida. Descubra agora