twenty-seven.

1.7K 155 217
                                    

⚠️

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

⚠️

AVISO: este capítulo contém cenas explícitas de assédio, luto, pensamentos suicidas e violência contra menores. caso seja sensível, não leia e passe para o próximo. obrigada e boa leitura.

05:21, 12 de Dezembro de 1978

FINNEY BLAKE PERDEU sua mãe quando tinha apenas sete anos de idade.

Angelina Blake suicidou-se em 1971, sem deixar cartas, explicações ou rastros, como se nunca tivesse existido. Tudo o que ficou para trás fora um garotinho desolado, uma bebê de três anos, e um homem que perdeu-se em si mesmo.

Finney era novo demais para entender que a mãe havia se matado, tudo o que sabia é que a mulher havia se tornado uma estrelinha no céu, e que não voltaria mais. O Blake chorava com frequência, sentindo-se perdido. Como poderia alguém viver sem mãe? Ela era sua pessoa favorita e, de repente, para de existir? Nos dias mais difíceis, ele xingava o universo, ou o Deus que estivesse o escutando. Nada disso parecia justo para um garotinho.

O desespero talvez, tenha sido mais intenso pois, nesse processo, Finney acabou perdendo o pai também. Não havia mais o homem legal que um dia ele fora, e justamente quando o garoto mais precisava. Tudo o que o homem fazia era beber e fumar, e suas interações com os filhos se resumiam em gritarias e agressões.

Finn, deste então, passou a ser mais quieto. Talvez, se o pai não o visse, não bateria nele - e, caramba, doía demais.

Na tentativa de permanecer invisível o máximo que podia, o Blake passou a fazer tudo por conta própria. Era ele quem arrumava a casa, ele quem colocava as roupas para lavar na máquina velha que tinham, ele quem brincava com Gwen. Sozinho, aos sete anos de idade, Finney Blake teve que aprender a ser adulto.

Terrence não estava lá para abraçá-lo ou dizer que ficariam bem. Não estava lá quando Gwen, sua irmã, chorava e ele precisava dar um jeito, muito menos quando era ele quem chorava.

Porém, Olivia Stagg estava.

Ela costumava ir para sua casa após o almoço — mesmo não gostando do cheiro que o ambiente ficava após tanta cerveja e cigarro, — para ajudá-lo no que podia. A garota trazia escondida comida de casa, e vezes Griffin Stagg, que tinha dois aninhos, a acompanhava para brincar com Gwen. Ela e Finn passavam a tarde limpando a casa, e, quando terminavam, podiam enfim se divertir, brincando de algo. Como toda criança deveria fazer.

Era Olivia quem passava pomada nos machucados que Terrence fazia e lhe dava beijinhos para que sarassem mais rápido. Era ela quem o abraçava quando sentia falta da mãe. Era ela quem estava lá no primeiro dia de escola de Gwen, ou no seu primeiro dia do fundamental I. Ela, sempre ela.

𝐒𝐔𝐑𝐕𝐈𝐕𝐎𝐑, the black phone Onde histórias criam vida. Descubra agora