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AVISO: este capítulo contém cenas explícitas de assédio, luto, pensamentos suicidas e violência contra menores. caso seja sensível, não leia e passe para o próximo. obrigada e boa leitura.
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05:21, 12 de Dezembro de 1978
FINNEY BLAKE PERDEU sua mãe quando tinha apenas sete anos de idade.
Angelina Blake suicidou-se em 1971, sem deixar cartas, explicações ou rastros, como se nunca tivesse existido. Tudo o que ficou para trás fora um garotinho desolado, uma bebê de três anos, e um homem que perdeu-se em si mesmo.
Finney era novo demais para entender que a mãe havia se matado, tudo o que sabia é que a mulher havia se tornado uma estrelinha no céu, e que não voltaria mais. O Blake chorava com frequência, sentindo-se perdido. Como poderia alguém viver sem mãe? Ela era sua pessoa favorita e, de repente, para de existir? Nos dias mais difíceis, ele xingava o universo, ou o Deus que estivesse o escutando. Nada disso parecia justo para um garotinho.
O desespero talvez, tenha sido mais intenso pois, nesse processo, Finney acabou perdendo o pai também. Não havia mais o homem legal que um dia ele fora, e justamente quando o garoto mais precisava. Tudo o que o homem fazia era beber e fumar, e suas interações com os filhos se resumiam em gritarias e agressões.
Finn, deste então, passou a ser mais quieto. Talvez, se o pai não o visse, não bateria nele - e, caramba, doía demais.
Na tentativa de permanecer invisível o máximo que podia, o Blake passou a fazer tudo por conta própria. Era ele quem arrumava a casa, ele quem colocava as roupas para lavar na máquina velha que tinham, ele quem brincava com Gwen. Sozinho, aos sete anos de idade, Finney Blake teve que aprender a ser adulto.
Terrence não estava lá para abraçá-lo ou dizer que ficariam bem. Não estava lá quando Gwen, sua irmã, chorava e ele precisava dar um jeito, muito menos quando era ele quem chorava.
Porém, Olivia Stagg estava.
Ela costumava ir para sua casa após o almoço — mesmo não gostando do cheiro que o ambiente ficava após tanta cerveja e cigarro, — para ajudá-lo no que podia. A garota trazia escondida comida de casa, e vezes Griffin Stagg, que tinha dois aninhos, a acompanhava para brincar com Gwen. Ela e Finn passavam a tarde limpando a casa, e, quando terminavam, podiam enfim se divertir, brincando de algo. Como toda criança deveria fazer.
Era Olivia quem passava pomada nos machucados que Terrence fazia e lhe dava beijinhos para que sarassem mais rápido. Era ela quem o abraçava quando sentia falta da mãe. Era ela quem estava lá no primeiro dia de escola de Gwen, ou no seu primeiro dia do fundamental I. Ela, sempre ela.