seventeen.

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11 de Dezembro de 1978

A NOITE FOI como uma tortura para Olivia e Finney. Ambos angustiados e aterrorizados demais para conseguir fechar os olhos e descansar. Como relaxar se o Sequestrador podia entrar no porão a qualquer momento?

Pela manhã, Olivia se direcionou a área que havia uma privada e usou a água, mesmo que aparentemente suja, para limpar seu corpo. O cheiro das impurezas do líquido a deixava enojada, mas a sensação de sentir o corpo do homem mascarado contra a sua era pior. Talvez, se lavasse sua pele, ela não sentisse mais ele.

Seu corpo estava dolorido, os machucados limitando seus movimentos. Cicatrizes de cinto estavam longe de sarar, e ela sabia bem o quão ainda doeria. Sempre que Finney ou Gwen passava por esta situação com seu pai, Olivia os cuidava para que não latejasse por tanto tempo, mas era sempre em vão.

— Se esfregar sua pele com tanta força assim, vai machucar mais, Liv. — Finney, que sentiu a ausência da amiga, disse, chegando perto dela.

A falta de energia de Olivia poderia ser percebida de longe. Os ombros e olhos caídos, a vermelhidão no nariz que dedurava choros recentes, além das pernas que davam passos de formiga como se não tivessem forças para andar normalmente.

Finney não estava muito melhor.

A região de seu olho esquerdo inchada e roxa devido o soco que o fez desacordar anteriormente, os cabelos colados na testa suada, as roupas tão sujas que pareciam não ter sido lavadas a anos, além da voz grogue, como se fosse se banhar em lágrimas a qualquer instante.

— Sabe, está na hora de eu retribuir todos seus cuidados comigo e com minha irmã. Venha cá, vamos lavar isso com calma.

Se aproximando devagar para não deixar a amiga amendrontada, Finn segurou as mechas de cabelo loiro da garota que caíam sobre seu rosto e ajeitou atrás do pescoço, para que não atrapalhassem mais. O garoto rasgou um pedaço da borda de sua camisa - o tecido tão acabado e sensível que nem lhe causou esforços - e molhou com água suja, que era, lamentavelmente, tudo o que tinham. A parte de dentro do tecido, a não exposta, estava limpa o suficiente para passar no corpo da garota sem tantos riscos de bactérias.

Não que bactérias fossem o maior perigo que corriam agora.

Enquanto o Blake passava o pano pelos braços de Olivia - tão delicadamente que ela mal conseguia sentir - lágrimas escaparam de seus olhos. Não demorou para que as enxugasse, temendo que se começasse a chorar nunca mais pararia.

O tecido molhado percorreu do corte no braço até o rosto da Stagg, que não percebera o quão suja estava até ver a situação do pano.

𝐒𝐔𝐑𝐕𝐈𝐕𝐎𝐑, the black phone Onde histórias criam vida. Descubra agora