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flashback
31 de Outubro de 1978

HALLOWEEN É UMA das melhores épocas do ano, de acordo com Olivia Stagg. Ela sempre admirou a maneira que, até mesmo adultos, se fantasiam para as festas.

As decorações criativas e supostamente assustadoras espalhadas por todas as casas, as maratonas de filmes de terror com os doces adquiridos no Doce ou Travessuras, além das festas que os ricos faziam e convidavam até mesmo pessoas que não conheciam.

Todavia, quando uma cidade é vitima de tantos acontecimentos trágicos, como o sequestro de três garotos em um curto período de tempo, as pessoas perdem a animação por terrores. Afinal, para que fantasiar com terror quando a cidade já está repleta deles?

Mesmo com todo o receio, os moradores arrumaram suas casas. A maioria optou por algo simples, não tão elaborado quanto os anos passados.

Olivia Stagg deu uma última olhada em sua fantasia antes de sair de casa. Não era nada muito pomposo, pois não estava com energia para isso, mas se dedicou. Estava de Coringa, e seu look era composto por uma camisa social verde com um sobretudo roxo e uma calça da mesma cor. A cara estava pintada com pó branco, um batom vermelho-sangue em volta dos lábios.

Se sentiu satisfeita com o resultado.

Robin Arellano estava caracterizado de Michael Myers Deluxe, um macacão azul marinho e uma máscara. Simples, mas a cara do garoto, que amava o filme.
Gwen Blake estava com uma fantasia genérica do Homem-aranha, mas que super combinava com ela.
Finney... Bom, Finney Blake estava fantasiado de algum personagem que ela definitivamente não conhecia. Os filmes que o amigo assistia era, como podemos dizer? Peculiares.

— Sua fantasia está fantástica, Liv! — Gwen disse ao vê-la.

— Obrigada! É o mínimo estar legal pelo tanto que engoli pó branco. — Ela brincou. — Vocês estão irados.

Todos os moradores estavam seguindo um percurso único para a caça aos doces. Alguns seguravam papel higiênico para fazer travessuras, outros apenas estavam com a sacola para guardar as guloseimas. Olivia fez questão de pegar uma cesta enorme.

Ela queria armazenar doces para quando Griffin Stagg aparecesse. Ele amava Halloween pelos doces, e a irmã sempre lhe dava os dela, por fazer mais questão de sua felicidade do que de algumas balinhas bestas.

— Bem que você podia tirar essa máscara, né Robin? É assustadora! — Finney reclamou.

— Achei que essa era a intenção das fantasias de Halloween! — Brincou o mexicano, mas logo passou os braços pelos ombros do amigo. — Relaxa, é bom que as pessoas ficam com medo e não vem roubar nossos doces.

— Isso, não se preocupe, Finn, nosso herói Robin Arellano irá nos proteger dos aterrorizantes ladrões de guloseimas! — Ironizou Olivia, recebendo uma risada histérica de Gwen.

— Acho mais fácil ele ser o sequestrador de doces! — A menor disse, ainda em gargalhadas.

As risadas altas eram contagiantes, nem mesmo Robin se aguentou de sua indignação falsa.

Os quatro estavam andando muito mais atrás do fluxo de pessoas. Nenhum gostava muito de aglomeração, então chegaram ao consenso de andar devagar, nos seus próprios ritmos. A rua estava deserta, nada de carros, apenas pedestres. Um cenário típico de terror, de Halloween.

As vezes, principalmente durante a noite, Olivia se sentia observada. Normalmente não era nada, talvez algum bicho perdido, mas neste dia o sentimento era tão forte!

Com os pensamentos paranóicos adentrando em sua cabeça, ela se esqueceu de andar, os três amigos, todavia, continuaram sem notar sua parada.

Ela olhou para trás e para todos os lados possíveis. A única coisa que lhe chamou atenção foi uma van preta, estacionada no meio-fio. Nada muito diferente, já tinha visto vans mais chamativas, porém o verdadeiro motivo de ter tido a atenção presa, fora o homem que se encontrava saindo dela.

Roupas como as de um mágico, uma cartola e uma cara pintada, como a dela. Era uma fantasia de Halloween um pouco inusitada. Devido a certa distancia, não percebeu muito os detalhes, mas o sorriso que o homem lhe deu foi perceptível o suficiente para lhe arrepiar toda. Homens, sempre tão nojentos e pervertidos.

A Stagg imediatamente correu até os amigos, que estavam um pouco distantes. Ela se pôs ao lado de Robin Arellano, no estúpido pensamento que ele a protegeria caso algo acontecesse. Seu lado feminista sabia que já estava mais do que na hora de se defender sozinha, pois não teria o amigo para sempre.

— Vocês... vocês viram aquele rapaz? — Ela perguntou meio receosa de estar perdendo a sanidade. Seu corpo tremia e ela nem sequer sabia o porquê. Era apenas um homem sorrindo para ela, nada que nunca tivesse presenciado. Os amigos olharam em volta e negaram.

É, ela está ficando louca.

O resto da noite foi divertida, mas toda vez que desacelerava os pensamentos, a imagem daquele homem, daquela van, e aquele sorriso voltavam para sua mente.

Meses mais tarde, ao esbarrar novamente com o homem, Olivia ficaria confusa. Ela o conhecia mas não sabia de onde. A ficha caiu tarde demais, ao ser empurrada para seu automóvel como um lixo prestes a ser descartado. Ele era o Sequestrador, e ele a observava mesmo antes de lhe pegar. Mesmo antes de pegar Robin Arellano. ❞

𝐒𝐔𝐑𝐕𝐈𝐕𝐎𝐑, the black phone Onde histórias criam vida. Descubra agora